Ceará chega a 25 hectares de cacau com tempo médio de produção 60 dias mais rápido

Dentre os produtos feitos no Estado com o fruto, estão o pó de cacau, o Nibs de 80 gramas e o de 100 gramas, e dois tipos diferentes de chocolate que são os de 46% e 70%

O Ceará chega a 2021, onze anos após a plantação das primeiras mudas, a 25 hectares (aproximadamente 25 campos de futebol) de cultivo de cacau e com tempo médio de produção de 140 dias, até 60 dias menor que a média de 200 dias em outras regiões do Brasil.

A conquista faz parte de iniciativa que começou em 2010 no Perímetro Irrigado do Tabuleiro de Russas, entre as cidades de Limoeiro do Norte e Russas, por meio da União dos Agronegócios no Vale do Jaguaribe (Univale), com apoio da Comissão Executiva de Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

À época, logo na 1ª safra, foram três mil quilos de amêndoas por hectare, superando em muito a média de 350 quilos por hectare registrado no Sul da Bahia, principal região produtora do Brasil.

“O Governo do Ceará fez um projeto de incentivo à introdução de cacau no Ceará, por meio de produtores privados que aceitaram fazer o investimento. O Estado entrou com a parte tecnológica, trazendo técnicos da Ceplac para dar suporte e logo começaram a produzir cacau”, detalha Sérgio Baima, analista de Atração de Investimento e Mercado da Secretaria do Desenvolvimento Econômico e Trabalho (Sedet).

Dentre as vantagens do Ceará para o cacau está a insolação, ou seja, a quantidade de horas de sol durante o dia, o que melhora a produção e faz com que o cacau seja precoce.

Baima explica que não é bom ter de esperar por cinco anos para o cacau desenvolver. “Aqui, ele se desenvolve em três anos. Entre a saída da flor e a produção, normalmente, em outros estados, chega a 200 dias. No Ceará, em 140 dias há o processo. É realmente mais precoce, o que faz com que o Ceará possa ter um grande potencial”, avalia.

Outra vantagem elencada pelo engenheiro agrônomo Diógenes Abrantes, um dos responsáveis pelo experimento da produção de cacau no Ceará, é a umidade relativa muito baixa e, principalmente, a ausência de doenças fúngicas, como a vassoura-de-bruxa. “Aqui ela ainda não apareceu”, afirma.

“A implantação dos cacaueiros no Ceará apenas foi possível pela parceria entre o Governo do Estado e a iniciativa privada. O Governo incentivou com consultorias, através de projetos da Adece (Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará), e custeando a vinda de especialistas ao Ceará. Hoje, a Sedet mantém um consultor do cacau na região”, explica, acrescentando que outras regiões já iniciaram o processo de plantação, como a do Acaraú.

Porém, ele frisa que, para expandir esta oportunidade é preciso usar de tecnologia, como irrigação, bem como a fertilização, a adubação e técnicas de poda. Além disso, os cacaueiros precisam de sombreamento e barreira para os fortes ventos.

Para otimizar o espaço, os produtores podem  ainda aproveitar para plantio de banana, coco e cajarana, por exemplo. A técnica consorciada é a adotada na Fazenda Frutacor, em Russas, onde estão plantados, atualmente, três hectares de cacau.

Atualmente, a rentabilidade do cacau é de R$ 1 mil por hectare. “Isso, se o interesse for de processamento apenas da amêndoa. Se fizer a venda da poupa, o ganho vai para R$ 1,3 mil. E caso seja uma produção de agricultura familiar, onde o próprio agricultor executa a mão de obra, essa percentagem aumenta para R$ 1,5 mil livres, por hectare, a partir do 3º ano”, afirma o agrônomo.

Ao estudar o fruto, Diógenes também passou a produzir cacau, abrindo a própria fábrica há menos de um ano em Limoeiro do Norte. “Por enquanto, estamos com cinco produtos: o pó de cacau, o Nibs de 80 gramas e o de 100 gramas, e dois tipos diferentes de chocolate que são os de 46% e 70%”, conta.

Histórico do fruto no Estado

Logo nos primeiros anos de plantio de cacau no Ceará, a sequência de anos de seca quase impediu a continuidade do projeto. O cenário se equalizou e hoje a questão hídrica está quase que totalmente normalizada.

“Em 2011, tínhamos o Castanhão cheio. Aguentou três anos e quase secou. Hoje, o açude tem cerca de 15% e estamos conseguindo manter a irrigação porque há um cuidado muito maior com a água. O cacau contribui com o pensamento do Governo de aumentar a renda de produtores, sejam grandes ou pequenos, de modo parcimonioso no uso da água”, detalha Baima.

O cacau no Brasil

O cacau é considerado “fruto de ouro” devido à sua alta lucratividade. Ele é originário da América Central, mas disseminado por todo o mundo.

Segundo dados de 2019 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Bahia é o maior produtor de cacau do Brasil com uma área plantada de 480 mil hectares e produção de 122 mil toneladas. Com seus 174 mil hectares e 116 mil toneladas produzidas, o Pará é, hoje, o 2º maior produtor nacional.

Por apresentar área colhida de cerca de 707 mil hectares plantados e produção estimada em 255 mil toneladas, o Brasil atualmente se situa na 7ª colocação no mercado mundial cacaueiro, mas já liberou a exportação desse produto. (Com Antonio Cardoso, Comunicação Institucional, e Helene Santos do Governo do Ceará)

Fonte: O Povo

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