PREVENÇÃO DE PERDAS: COMO CALCULAR A PERDA NA MINHA EMPRESA?
Recentemente, durante uma aula para mais de 100 participantes, em um curso aberto e específico para a área de prevenção de perdas, pude constatar que a grande maioria dos participantes, não conhecia a fórmula (equação) corretade cálculo da perda de uma empresa.
É importante deixar claro que quando me refiro a esse cálculo, estou falando diretamente das perdas vinculadas aos produtos, sejam eles quais forem os segmentos de varejo avaliados.
Diferentemente de outras formas e manifestações em que as perdas se apresentam nas empresas, como perdas de oportunidades, perdas de imagem, perdas por produtividade, etc, esse cálculo leva em consideração apenas os 2 componentes mais evidentes das perdas físicas, que são as avarias de produtos e as diferenças de estoque.
Somente para caracterizar cada um deles nesse artigo, chamamos de avarias, todo produto que perdeu seu potencial de vendas por estar avariado de diferentes formas (amassado, ressecado, quebrado, embalagem danificada, incompleto, vencido, etc). E como diferença de estoque, chamamos toda apuração da falta de produtos, levantadas nos inventários gerais ou rotativos (por seção ou grupo específico de produtos).
Esses dois componentes (valores) somados, divididos pelo faturamento líquido da empresa e multiplicado por 100, possibilita a obtenção do índice de perdas do estabelecimento. (todos os valores devem ser referentes ao mesmo período de avaliação).
Feito isso, como saber se a empresa está com uma perda aceitável ou fora dos padrões normais?
É importante ficar atento aos índices por segmento, divulgados pelos atuais órgãos que medem a perda no varejo Nacional. Esse seria um balizador a ser considerado. Porém também é sempre importante analisar quais regiões do País geraram esses dados e índices. Sabemos que geograficamente essa perda se comporta de forma diferente, pelo simples fato de que o nível de conscientização varia de região para região, o que impacta diretamente sobre os resultados.
Caso esse balizador esteja fora da sua realidade, cabe ao profissional de prevenção de perdas procurar desenvolver o seu próprio índice para tê-lo como referência mais realista da sua região.
Gosto sempre de afirmar que, quem define quanto você aceita perder na sua empresa, não são as pesquisas e sim a sua própria definição, com sua área de prevenção de perdas.
Ainda assim, com toda a metodologia de cálculo muito bem clara, ainda temos grandes desafios para possibilitar que as empresas possam obter tal informação.
A principal delas é que não temos uma cultura de realização de inventários em boa parte das empresas de varejo locais.
As próprias avarias, que incomodam ainda mais, pois se apresentam à vista de todos nas empresas, são também pouco mapeadas e registradas.
Sendo assim, a maioria das empresas desconhecem mesmo os valores que compõem essa dolorosa equação. E como diz o ditado, “o que os olhos não vêem, o coração não sente”…
Por Haroldo Ribeiro é consultor e palestrante, especialista em prevenção de perdas e gestão de estoques para o Varejo Brasileiro e sócio na Max Result Consultoria.