Inflação de junho volta a subir e IPCA fecha em 0,67% com alta dos alimentos
A inflação no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), principal índice inflacionário brasileiro, fechou o mês de junho com variação de 0,67%. O resultado foi divulgado nesta sexta-feira, 8, pelo IBGE.
No acumulado de 12 meses, a variação no IPCA foi de 11,89%. Nos seis meses do ano até junho, a alta acumulada é de 5,49%, já superando na prática o teto da meta do Banco Central para o ano inteiro.
O resultado de maio ficou levemente abaixo do consenso do mercado, que era de alta de 0,71% no mês e 11,94% para o ano, segundo as projeções colhidas pela Bloomberg.
Embora dentro do consenso, o IPCA do mês subiu em relação ao índice de maio (veja no gráfico abaixo), interrompendo a trajetória de desaceleração que vinha ocorrendo nos últimos meses.
A alta em relação a maio veio sobretudo puxada por avanço de 0,80% no preço dos alimentos, que tem grande importância na cesta de consumo medida pelo índice. Como já havia sido antecipado na prévia no IPCA-15, o reajuste nos planos de saúde também ajudou a levar a inflação geral para cima.
O INPC, índice que mede a inflação na cesta das famílias mais pobres (até cinco salários mínimos), ficou em 0,62% em junho. O acumulado em 12 meses do INPC é de 11,92%.
Impacto nos juros
O IPCA de junho levemente abaixo das expectativas pode indicar que a inflação brasileira tenha chegado a seu pico e possa começar a cair de forma mais acentuada. No entanto, riscos externos como o preço das commodities e guerra na Ucrânia seguem sendo uma preocupação.
A esperança de que o pior pode estar chegando ao fim chegou a impulsionar a busca por ações de varejistas durante a semana. Os papéis, que estavam entre as piores performances do ano na bolsa, chegaram a saltar mais de 20% na semana.
Fonte: Exame