AUMENTO DOS CUSTOS PASSA A SER O GRANDE VILÃO DOS EMPREENDEDORES BRASILEIROS
Estudo divulgado pelo Sebrae revela quais têm sido as maiores dificuldades encontradas pelos negócios no processo de reestruturação econômica
Há poucos meses, a preocupação que mais afligia os empresários brasileiros era a pandemia da Covid-19, no entanto, parece que os donos de micro e pequenas empresas conseguiram superar este desafio e já não o enxergam mais como um obstáculo para os seus negócios. É o que mostram os dados da 14a edição da Pesquisa “Impacto da Pandemia de Coronavírus nos Pequenos Negócios”, realizada pelo Sebrae e Fundação Getúlio Vargas desde o início da crise, em 2020.
De acordo com o estudo, apenas 3% dos empreendedores brasileiros continuam enxergando a pandemia como um problema. Contudo, quase 60% deles ainda registram faturamentos 23% menores, em média, quando comparados ao período anterior à crise. Ainda assim, para 50% dos empresários, o grande vilão passou a ser o aumento dos custos, como insumos, energia, combustíveis, etc, sendo seguido pela falta de clientes (21%) e das dívidas com empréstimos (11%).
Entre os principais números da pesquisas, destaca-se o ponto de que 59% das micro e pequenas empresas seguem registrando perdas no faturamento quando comparado aos períodos correspondentes antes da pandemia. A categoria mais atingida é dos Microempreendedores Individuais (MEI), registrando uma perda média de faturamento em -29%.
Em contraponto à época que antecedeu a pandemia, os setores que detêm os maiores percentuais de perdas são Beleza, Artesanato, Economia Criativa, Turismo e Moda, com quedas no faturamento que variam de 34% a 29%. Considerando o porte dos empreendimentos, a pesquisa mostra que os Microempreendedores Individuais (MEI) são o grupo mais impactado (62% relatam queda de faturamento), com uma redução média de 29%.
Um sinal positivo apresentado pelo estudo é que nenhum dos segmentos registrou piora em 2022, mas ainda exigem cautela e cuidado em meio ao processo de recuperação econômica. Para que os negócios possam se recuperar, ainda é preciso que os empreendedores sejam apoiados com políticas de créditos e medidas para renegociação de dívidas, tanto de empréstimos como também como impostos e fornecedores.