Alta global dos preços dos alimentos pode ganhar mais força (também no Brasil)
Milho, trigo, soja, óleos vegetais: os preços de um pequeno grupo de commodities que compõem a dieta mundial estão muito mais altos, o que envia sinais de alarme para orçamentos ao redor do mundo.
Na semana passada, o índice Bloomberg Agriculture Spot – que rastreia os principais produtos agrícolas – mostrou a maior alta em quase nove anos, impulsionado pelo rali nos futuros de commodities. Com os preços globais dos alimentos já nos níveis mais altos desde meados de 2014, este último salto é acompanhado de perto porque produtos básicos são uma influência onipresente nas prateleiras dos supermercados.
O aumento dos preços das matérias-primas tem amplo impacto para famílias e empresas e ameaça a economia mundial, que tenta se recuperar dos danos causados pela pandemia de coronavírus.
Esses preços ajudam a puxar a inflação dos alimentos, trazendo mais dificuldade para famílias que já enfrentam pressão financeira pela perda de empregos ou renda. Para os bancos centrais, a alta dos preços em um momento de crescimento fraco cria um dilema indesejável e pode limitar a capacidade de afrouxar a política monetária.
“Parece haver uma espécie de força altista por trás dos preços internacionais”, disse em entrevista Abdolreza Abbassian, economista sênior da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura. “As indicações são de que há muito poucos motivos para acreditar que os preços permanecerão nesses níveis. É mais provável que subam ainda mais. A dificuldade ainda está à frente.”