Aumento de preços e inflação: entenda por que está tudo tão caro no Brasil

Em sua última edição, a newsletter da EXAME Invest explicou por que os alimentos e itens básicos estão tão caros, qual a expectativa para o resto do ano e como manter o padrão de vida nesta situação.

Se antes ir ao mercado era motivo de alegria, hoje, a sensação que prevalece ao andar nos corredores é angústia. Com os juros na casa dos dois dígitos e a inflação em alta, os preços de alimentos e produtos básicos tiveram aumentos que ultrapassaram os 100%. Mas os salários não acompanharam.

Se você fez uma visitinha ao supermercado mais próximo nos últimos meses, é muito provável que tenha saído de lá com menos sacolas do que gostaria. Afinal, nos últimos 12 meses, os 10 alimentos que mais encareceram passaram por reajustes maiores que 50%, como a cenoura (121,18%), o maracujá (62,61%), o mamão papaya (61,67%) e o tomate (55,87%).

Em março, o indicador do IPCA foi o maior para o mês desde 1994, 11,3%. E, segundo o Boletim Focus de 28 de março, as expectativas de inflação são de 7,65% para esse ano, mais que o dobro da meta oficial, de 3,5%. Em resumo, o brasileiro perdeu seu poder de compra.

Mas por que a inflação é ruim?

Na verdade, ela não é. A inflação tem uma função simples, mas importante: incentivar os consumidores a comprarem agora. Afinal, ao saber que o preço irá aumentar, a tendência é querer comprar logo. Com uma maior demanda, os produtores entendem que devem produzir mais bens, contratar mais mão de obra, fazer mais investimento etc. e, no fim, se cria um ciclo “virtuoso” em que o dinheiro gira e todos os setores crescem.

Mas tudo isso depende de um detalhe essencial: que a inflação cresça aos poucos.

Quando a inflação aumenta repentinamente, os salários não acompanham o crescimento e o padrão de vida das pessoas cai – principalmente daquelas pessoas cujo salário é fixo. É nesse momento que muitas delas, inclusive, procuram “bicos” para complementar a renda.

Os preços aumentam, os salários não acompanham, os servidores pressionam as empresas, as empresas têm mais custos, os preços aumentam e assim sucessivamente.

Afinal, o que está por trás dessa alta?

A edição mais recente da Newsletter da EXAME Invest explicou que tanto a pandemia de covid-19, quanto a Guerra na Ucrânia, tiveram grande parcela de ‘culpa’ nessa história. Por conta da pandemia e da falta de matéria-prima, muitas cadeias produtivas permaneceram praticamente 2 anos desaceleradas. Com o avanço da vacinação e a abertura dos serviços, a demanda reprimida reapareceu e a oferta não conseguiu acompanhá-la. Já com a guerra, os preços de commodities, como petróleo, trigo e gás natural, dispararam.

Foi isso que aconteceu com centenas de produtos nas prateleiras. O óleo de soja é um exemplo: em fevereiro de 2020, R$ 50 compravam 13 garrafas de óleo; hoje, em abril de 2022, o mesmo valor compra apenas 5. Alguns motivos para isso foram:

  • Diminuição da oferta de outros óleos: A Indonésia, maior produtora de óleo de palma do mundo, está sem estoque do produto por falta de mão de obra. Enquanto isso, a Rússia e a Ucrânia, grandes fornecedoras de óleo de girassol, diminuíram as exportações por conta da Guerra. Como resultado, o mundo todo está atrás da opção alternativa, o óleo de soja;
  • Queda na produção de soja: Com as estiagens no Brasil, a colheita de soja está em ritmo lento no Rio Grande do Sul. Em algumas plantações, a perda é total; nas que são colhidas, o grão é de menor qualidade (o que pode afetar, inclusive, as próximas colheitas);
  • Conflitos internos: A Argentina é uma das maiores exportadoras de soja do mundo, mas viu sua operação de soja e milho paralisada nas últimas semanas com uma greve de caminhoneiros motivada pelo aumento dos combustíveis. O protesto foi encerrado na última semana, mas foi suficiente para impactar nos preços.

Segundo especialistas, o cenário não deve mudar tão cedo. Afinal, isso está acontecendo no mundo todo e o processo de ‘desinflação’ será mais lento do que se imaginava.

Os preços subiram, mas os salários não

Enquanto a inflação agia sobre o preço dos produtos, a renda média da população caiu e atingiu a mínima histórica nas regiões metropolitanas, chegando aos R$ 1378. E as famílias de baixa renda são as mais afetadas, porque o preço da cesta básica de alimentos compromete quase 60% (58,57%) do salário médio recebido. O salário mínimo ideal no mês de março deveria ter sido de R$ 6.394,76, por exemplo.

Os números mostram que a renda mensal dos brasileiros não é o suficiente para necessidades básicas. Por isso, a saída encontrada por muitos são os famosos “bicos”. Não à toa, 60% dos trabalhadores formais fazem algum trabalho extra para conseguir um aumento na renda, segundo uma pesquisa da BARE International.

Fonte: Exame

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