E-commerce e varejo podem comprar correios

A decisão do governo de fazer uma privatização total do capital dos Correios, sem divisões por região, gera uma dúvida no mercado: quem vai ficar com a estatal? Especialistas consultados pelo Estadão/Broadcast divergem, mas as bolsas de apostas envolvem empresas de varejo – setor em que a logística de entrega se tornou tão importante quanto a variedade de produtos ou o número de lojas – e empresas de logística pura, que prestam serviços para as varejistas ou para outros setores.

Segundo o secretário especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercados do Ministério da Economia, Diogo Mac Cord, o governo decidiu privatizar 100% do capital dos Correios. A informação foi revelada pelo jornal O Globo e confirmada pelo Estadão/Broadcast. Tanto o segmento de entrega de encomendas quanto o serviço postal, hoje um monopólio público, serão vendidos. A União não ficará com nenhuma ação da empresa. O modelo, porém, ainda precisa passar pelo Congresso.Está gostando da notícia? Fique por dentro das principais notíciasAtivar notificações

Em 2010, a maior fonte de receita dos Correios era o envio de correspondências por empresas. Hoje, companhias e pessoas físicas enviam e recebem menos cartas, e compram muito mais pela internet. Os Correios já entregam boa parte dessas compras – empresas como o Mercado Livre têm parcerias com a estatal.

Essa proximidade coloca as varejistas entre as potenciais compradoras da empresa. “O potencial interesse seria de um e-commerce como a Amazon, uma empresa que faça essa logística de ponta a ponta, mas não como negócio principal”, diz José Alves Neto, gestor da TRX Investimentos, que investe em galpões logísticos. “A capilaridade é fundamental, a proximidade das agências com o público. Talvez aí esteja o valor intrínseco (dos Correios).”

Desafios

Entretanto, os Correios carregam desafios tão grandes quanto sua presença geográfica, como o contingente de funcionários – até o ano passado eram cerca de 100 mil pessoas – e os prejuízos acumulados, que estavam em R$ 859 milhões no final de 2020. As dificuldades para “digerir” uma empresa com números tão expressivos podem afastar parte dos potenciais interessados.

Eduardo Terra, presidente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), acredita que, entre as varejistas, as mais interessadas nos Correios poderiam ser companhias que já atingiram o patamar de ecossistemas de varejo consolidados, como a Amazon e a chinesa Alibaba. Ele avalia que varejistas como Magazine Luiza e Mercado Livre, nome importante no mercado brasileiro, ainda não estão nesse estágio.”Seria uma operação maior do que a maturidade dessas empresas. Para qualquer uma delas, hoje, seria um salto”, avalia.

Segundo ele, haveria mais sentido numa compra por Mercado Livre e Amazon, que não têm o apoio das lojas físicas para chegar mais perto dos clientes. “Ainda assim, o ‘match’ (combinação) não é total”, diz Terra.

Werner Roger, CIO e gestor da Trígono Capital, acredita que um cenário provável seria o da associação entre um nome de e-commerce e um de logística para comprar os Correios. “Um grupo que vejo como candidato é o Simpar. Seria interessante uma associação entre uma empresa com e-commerce e outra que faz o serviço de logística”, diz ele. A Trígono detém investimentos na Simpar e na Movida, subsidiária do grupo.

Em nota, o Mercado Livre afirmou não ter interesse nos Correios, e que segue ampliando sua rede logística. “Entretanto, a empresa acompanha as discussões sobre a privatização da estatal e está aberta a contribuir com os agentes públicos para que o processo de privatização seja eficiente para o Brasil e para os nossos usuários”, acrescenta em seu posicionamento.

A Amazon, que já havia negado a existência de conversas sobre uma possível compra dos Correios em setembro, disse em nota que “não comenta rumores e especulações”.

Procurado, o Magazine Luiza também preferiu não comentar. A Simpar, que sinalizou publicamente interesse nos Correios no ano passado, não respondeu até a publicação desta nota.

A DHL, por sua vez, disse que não comenta sobre especulações de mercado sobre potenciais fusões e aquisições. “No momento, não temos planos para atingir o crescimento de nosso negócio postal por meio da participação no processo de privatização de outros serviços postais no exterior”, complementou.

Já a FedEx escreveu em nota que monitora continuamente o mercado por oportunidades para expandir os negócios no Brasil e em outras regiões, mas, por política da empresa, não comenta especulações referentes à estratégia de negócio.

Em setembro do ano passado, o ministro das comunicações Fabio Faria havia dito que a varejista Magazine Luiza, a gigante do e-commerce Amazon, e as empresas de logística FedEx e DHL estariam interessadas

Faturamento

No ano passado, os Correios faturaram R$ 17,2 bilhões, com lucro de R$ 1,5 bilhão. Ao longo da última década, a estatal viveu altos e baixos em termos operacionais. Entre 2010 e 2020, as receitas cresceram um dígito todos os anos – exceto em 2017 e 2020, quando recuaram. Especialistas afirmam que, com a atual estrutura de capital, a empresa não tem como investir, e seria estrangulada pela concorrência com empresas privadas.

O impacto da pandemia se fez sentir no faturamento da estatal no ano passado, mas ajudou a consolidar a tendência que aponta seu possível futuro: a receita com correspondências caiu, e a de encomendas foi uma das poucas que subiram. A entrega dos pacotes, impulsionada pelo varejo online, já responde por mais da metade do faturamento dos Correios.

Fonte: Terra

Damos valor à sua privacidade

Nós e os nossos parceiros armazenamos ou acedemos a informações dos dispositivos, tais como cookies, e processamos dados pessoais, tais como identificadores exclusivos e informações padrão enviadas pelos dispositivos, para as finalidades descritas abaixo. Poderá clicar para consentir o processamento por nossa parte e pela parte dos nossos parceiros para tais finalidades. Em alternativa, poderá clicar para recusar o consentimento, ou aceder a informações mais pormenorizadas e alterar as suas preferências antes de dar consentimento. As suas preferências serão aplicadas apenas a este website.

Cookies estritamente necessários

Estes cookies são necessários para que o website funcione e não podem ser desligados nos nossos sistemas. Normalmente, eles só são configurados em resposta a ações levadas a cabo por si e que correspondem a uma solicitação de serviços, tais como definir as suas preferências de privacidade, iniciar sessão ou preencher formulários. Pode configurar o seu navegador para bloquear ou alertá-lo(a) sobre esses cookies, mas algumas partes do website não funcionarão. Estes cookies não armazenam qualquer informação pessoal identificável.

Cookies de desempenho

Estes cookies permitem-nos contar visitas e fontes de tráfego, para que possamos medir e melhorar o desempenho do nosso website. Eles ajudam-nos a saber quais são as páginas mais e menos populares e a ver como os visitantes se movimentam pelo website. Todas as informações recolhidas por estes cookies são agregadas e, por conseguinte, anónimas. Se não permitir estes cookies, não saberemos quando visitou o nosso site.

Cookies de funcionalidade

Estes cookies permitem que o site forneça uma funcionalidade e personalização melhoradas. Podem ser estabelecidos por nós ou por fornecedores externos cujos serviços adicionámos às nossas páginas. Se não permitir estes cookies algumas destas funcionalidades, ou mesmo todas, podem não atuar corretamente.

Cookies de publicidade

Estes cookies podem ser estabelecidos através do nosso site pelos nossos parceiros de publicidade. Podem ser usados por essas empresas para construir um perfil sobre os seus interesses e mostrar-lhe anúncios relevantes em outros websites. Eles não armazenam diretamente informações pessoais, mas são baseados na identificação exclusiva do seu navegador e dispositivo de internet. Se não permitir estes cookies, terá menos publicidade direcionada.

Visite as nossas páginas de Políticas de privacidade e Termos e condições.

Importante: Os cookies nos ajudam a administrar este site. Ao usar nosso site, você concorda com nosso uso de cookies. Política de Privacidade
×

Olá!

Clique abaixo para conversar pelo WhatsApp ou envie um e-mail para: comunicacao@portalredebrasil.com.br

× Fale conosco!