PERDAS EM HORTIFRUTI: O QUE FAZER PARA COMBATER
Essa semana participei da apresentação da Pesquisa de perdas do Varejo Brasileiro, feita pela ABRAS (Associação Brasileira de Supermercados), e um ponto me chamou a atenção, considerando que essa é uma das grandes dores de cabeça dos supermercadistas do País. A quebra do Hortifruti.
Pude perceber que o índice de perdas do setor de hortifrúti subiu em relação ao ano passado, saindo de 5,01% do faturamento bruto das lojas para 5,25%.
Para ter uma noção do que isso representa, basta dizer que o Hortifruti é um dos grandes responsáveis pelo troféu de campeão das perdas do varejo, atribuído ao setor dos supermercados, há décadas. Estamos falando de produtos com ciclo de vida curtíssimo e na maioria das vezes, sujeitos ao controle de temperatura do ambiente.
Mas o que fazer para reduzir ou evitar ao máximo essas perdas? Qual seria a solução[1]para esse problema?
Diante do tamanho do problema, algumas empresas até ensaiam deixar de vender tais produtos, porém sabemos que eles são o grande atrativo para uma boa parcela dos clientes, sem falar da sua excelente representatividade nas vendas totais da loja. Então o jeito mesmo é conviver com eles e buscar uma maneira de minimizar o problema das perdas…
Que tal começarmos por receber bem essa mercadoria? Adotar um controle rígido no recebimento é fundamental. Já chegamos a ver empresas que até solicitam amostras dos hortifrútis entregues pelos seus fornecedores. Isso mesmo. Tudo vale na hora de reduzir prejuízos. O acondicionamento é um segundo ponto que não pode ser negligenciado, é importante ter uma área climatizada, uma vez que a temperatura acelera o amadurecimento dos produtos. Não é difícil encontrar empresas que armazenam seus produtos de hortifruti em depósitos com temperatura elevada. Crime.
A exposição completa mais uma fase de preocupação e cuidados que a loja deve ter, o tipo de equipamento usado, o uso de gancheiras, a forma de exposição e empilhamento, o manuseio pelos repositores, etc.
Falando de repositores é importante ressaltar que não estamos aqui falando de pro[1]dutos de mercearia, enlatados ou em vidros. O nível de treinamento em prevenir perdas, deve ser bem maior, no caso. Até o intervalo de tempo em que os produtos com sinais de deterioração ou aspecto ruim devem ser retirados da área de vendas precisa ser muito bem monitorado, pois quando mal administrado impactam diretamente sobre a imagem da empresa.
Não menos importante que o que já foi citado, é o volume de mercadorias compradas, quanto maior for o volume de compras e maior a falta de estrutura adequada para armazená-la ou capacidade para vendê-la, maior será o tamanho das perdas. Por isso o setor de compras precisa estar junto nesse processo de redução de perdas, entendendo claramente que faz parte de todo um ciclo, onde várias áreas e vários profissionais são envolvidos e responsáveis.
Haroldo Ribeiro é consultor e palestrante, especialista em prevenção de perdas e gestão de estoques para o Varejo Brasileiro e sócio na Max Result Consultoria