Saiba por que, mesmo com queda nas exportações, preço da carne continua caro ao consumidor

O embargo da China à carne brasileira já passa de 45 dias, derrubando pela metade as exportações do produto pelo Brasil. Apesar disso, consumidor continua pagando caro

Sem exportar carne bovina para a China há mais de 45 dias, em função do embargo do País ao produto, o mercado brasileiro começa a sentir os efeitos nas exportações e no preço do boi gordo. Levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq/USP aponta para uma queda de 9,84% no mês na cotação da proteína. Porém, essa diferença de preços ainda não chegou com mais força ao consumidor.

Dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que é uma prévia da inflação oficial do país, divulgados neste mês pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que ao longo de setembro o preço da carne em Fortaleza reduziu apenas 0,94%, em relação ao mês imediatamente anterior. No Brasil nem isso. Houve alta de 1,10% no período.

No dia 4 de setembro, o governo brasileiro suspendeu voluntariamente suas vendas ao mercado chinês após a confirmação de dois casos atípicos do mal da “vaca louca”, em Mato Grosso e Minas Gerais,  ainda que os casos identificados não apresentem risco de contaminação. A medida segue protocolo sanitário firmado entre os dois países. Porém, a decisão de retomada depende da China, que ainda mantém o veto.

Sem as aquisições do seu principal comprador, as exportações da tonelada de carne bovina exportada por dia útil caiu pela metade em outubro. Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), até a 3ª semana de outubro, o Brasil exportou 4,5 mil toneladas de carne na média diária, ante 8,1 mil toneladas no mesmo mês do ano passado. Em setembro, a exportação por dia útil chegou a 8,9 mil toneladas.

E a queda não é apenas em volume, o preço também caiu. Na quarta-feira, 20, a cotação do boi gordo chegou a R$ 262,90, segundo levantamento da Esalq/USP. O menor patamar desde 30 de dezembro e queda de 9,84% no mês. Para se ter uma ideia do impacto do embargo chinês, em 28 junho deste ano, a arroba chegou a bater recorde de R$ 322.

Mas, se as exportações estão caindo, porque o preço não cede com a mesma intensidade ao consumidor? Em parte isso se explica porque o redirecionamento da produção que seria embarcada para a China ainda não foi despachada totalmente para o mercado interno. Ainda há, por exemplo, muitos produtos em câmaras frias e contêineres nos portos.

O economista Alex Araújo explica que esse movimento também guarda relação com o próprio nível de estoque da indústria de processamento. “Normalmente esse estoque foi adquirido com preço mais alto. Na medida em que esse abastecimento vai sendo reposto, é que a gente vai ver no supermercado e nos açougues uma queda maior nos preços”.

A própria questão da margem de lucro dessa indústria também contribui para o cenário. Porém, se o embargo persistir, a tendência é um direcionamento maior desses produtos para o mercado interno. “A tendência é os preços cederem mais até o fim do ano”.

Impasse

Entidades como a Federação da Agricultura de São Paulo (Faesp) fizeram ontem um apelo ao Ministério da Agricultura e ao Ministério das Relações Exteriores para que os esforços diplomáticos para a retomada das exportações de carne bovina à China sejam intensificados.

Em reposta, o Ministério da Agricultura informou que a ministra Tereza Cristina enviou uma carta ao ministro-chefe da Administração Geral de Alfândegas da China (Gacc, na sigla em inglês), na qual se colocou à disposição para tratar pessoalmente sobre o embargo às exportações de carne bovina brasileira ao país asiático.

Fonte: O Povo

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