Selic sobe para 13,25%: 5 opiniões do mercado sobre a maior taxa desde 2016

Sinalização de nova alta de juros em agosto deixa – mais uma vez – a porta aberta para a continuação do ciclo de aperto monetário
O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) decidiu, nesta quarta-feira, 15, aumentar a taxa básica de juros da economia, a Selic, em 0,5 ponto percentual (p.p.), de 12,75% para 13,25% ao ano. Com o resultado, a Selic atinge seu maior patamar desde 2016 – esta é a 11ª alta consecutiva da taxa.

A elevação veio em linha com o esperado pelo mercado, que aguardava uma elevação dessa magnitude. A grande questão se volta para qual deve ser o passo seguinte da autoridade monetária na próxima reunião, nos dias 2 e 3 de agosto. Em comunicado, o Copom sinalizou uma alta de igual ou menor magnitude para a próxima reunião.

Fim do ciclo se aproxima?

Luca Mercadante, economista da Rio Bravo, reforça que o tom do comunicado foi, em geral, hawkish [favorável a juros mais altos], com exceção de um ponto. Para 2023, o BC alegou que pretende a inflação ao “redor da meta”, alterando a fala anterior que dizia “na meta”.

“Essa alteração no texto, junto com a aparição da projeção de inflação de 2024 abaixo da meta, pode ser mais um indicativo de que o BC pretende encerrar o ciclo nas próximas reuniões”, afirmou, em nota.

Comunicação poderia ter sido mais dura

A avaliação vai na contramão da interpretação de Álvaro Frasson, economista do BTG Pactual (do mesmo grupo controlador da EXAME). Frasson defendeu que a elevação na taxa foi correta, mas que o BC poderia ter sido ainda mais duro em sua comunicação, que, em sua visão, foi dovish, ou seja, favorável a juros mais baixos.

“A comunicação [via ata] não foi assertiva. O Banco Central poderia ter escolhido um grau maior de liberdade, sem sinalizar uma alta de igual ou menor magnitude já que estamos em um momento de incerteza inflacionária. O BC tem feito um trabalho muito bom em termos de taxa mas não tem espaço para errar na comunicação”, argumentou Frasson em live realizada após a divulgação da decisão.

Como o Copom pode ser impactado pelo Fed

Federal Reserve (Fed, banco central americano) elevou, também nesta quarta-feira, sua taxa em 0,75 p.p., na maior alta desde 1994. Para Alexandre Espírito Santo, economista-chefe da corretora Órama, o movimento – que até poucos dias era completamente descartado pelo mercado – pode impactar o cenário brasileiro.

“O Fed parece endereçar uma solução para a mais alta inflação em 40 anos acelerando o ritmo de aperto, contradizendo suas mais recentes sinalizações. Assim, não nos parece despropositado inferir que essa decisão possa afetar o comportamento dos demais bancos centrais mundo afora, incluindo o nosso”, avaliou. Uma das possibilidades é que o comportamento do Fed pressione o Copom a manter um viés de alta por mais tempo, ou de forma mais intensa, do que o inicialmente previsto.

Qual o impacto da alta da Selic na renda fixa?

Investimentos pós-fixados em renda fixa costumam ser beneficiados pela alta dos juros, uma vez que sua rentabilidade está atrelada à taxa Selic. No entanto, é preciso tomar cuidado com os ativos prefixados, segundo Vinicius Romano, especialista de renda fixa na Suno.

“Quanto mais os juros subirem, melhor para os pós-fixados da renda fixa. Já os prefixados ligados à inflação, são impactados pela curva de juros – composta por juros futuros de diferentes vencimentos. Caso essa trajetória embutida na curva esteja subavaliada, os juros tendem a subir para refletir o cenário mais próximo da realidade, causando uma marcação negativa nos preços dos papéis de renda fixa prefixados”, explicou Romano.

Vale lembrar, no entanto, que o cenário se inverte caso o ciclo de alta da Selic esteja perto do fim. Quando as taxas começarem a se estabilizar – ou até mesmo a cair –, os prefixados voltam a entrar nos holofotes.

Alta da Selic pode impactar a renda variável?

Por outro lado, os ativos de renda variável podem enfrentar maior volatilidade – não pela alta da Selic em si, que já está precificada, mas sim pelo cenário global de incertezas.

“Vemos o início de políticas mais contracionistas nas economias desenvolvidas, impulsionado pela inflação mais persistente. Com o mundo vivenciando uma era de juros altos, a expectativa é de um crescimento global menos acelerado, criando uma tendência de recessão na maior economia do mundo, os Estados Unidos. E a resposta do mercado para antecipar esse movimento é reprecificar ativos de risco”, argumentou Paloma Brum, analista da Toro Investimentos.

Fonte: Exame

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