SUCESSÃO FAMILIAR: PREMISSAS PARA UMA TRANSIÇÃO BEM SUCEDIDA
No Brasil, negócios gerenciados por famílias são considerados pilares fundamentais da nossa economia. Pesquisas apontam que de cada 100 empresas familiares abertas e ativas, apenas 30 sobrevivem à primeira sucessão. Se o número merece atenção, então prepare-se para outro dado: apenas cinco chegam à terceira geração.
Questões familiares, patrimoniais e de gestão, são muito complexas e exigem diferentes expertises, fazendo com que muitas vezes as empresas posterguem o primeiro passo.
Não possuir foco e um planejamento sucessório em empresas familiares é quase uma premissa cultural, significa que correm o sério risco de serem pegas desprevenidas e não saberem como agir em momentos de incertezas.
O plano de sucessão familiar pode ser complicado pelas relações afetivas de gestão das emoções e laços importantes envolvidos, mas deve ser prioridade para modelos de negócio desse tipo. Algumas perguntas prioritárias devem ser respondidas:
- Quem vai administrar o negócio?
- Quem irá administrar é membro da família ou será um profissional contratado para a função? •Se a administração for para um membro da família, essa pessoa possui todas as competências necessárias?
- Como a propriedade e a administração serão transferidas para novos proprietários?
- A empresa será vendida?
- Haverá interesse em criar uma holding?
- Por quê? A holding pode ser criada pelo fundador de um grupo para manter a maioria das ações com direito ao voto, permitindo a continuidade da empresa diante de herdeiros.
Essas perguntas funcionam como uma bússola, gerando direcionamento para que a transição de propriedade ocorra de maneira suave e a gestão da empresa seja comandada pela pessoa mais preparada para o cargo e preserve a longevidade do negócio, a harmonia e o clima emocional da família.
Renata Rezende, Head de Educação na Febracis, Mestre em Administração pela Universidade de Lisboa, Mentora de líderes e carreira