Ibovespa sobe a 121 mil pontos e bate máxima desde agosto; dólar cai
Investidores digerem dados do mercado de trabalho americano; taxa de desemprego cai mais que o esperado, mas payroll decepciona
Ibovespa hoje: o mercado brasileiro reage positivamente nesta sexta-feira, 1, à bateria de dados econômicos divulgados nesta manhã. O principal índice da B3 opera em alta, acima de 121.000 pontos pela primeira vez desde o início de agosto, enquanto o dólar cai mais de 1%, sendo negociado abaixo de R$ 4,70.
Ibovespa: +1,26%, 121.513 pontos
Dólar: – 1,34%, R$ 4,697
Investidores do mundo inteiro repercutem os números do mercado de trabalho americano, considerados o principal termômetro da economia dos Estados Unidos. A taxa de desemprego americana de março, divulgada nesta manhã, caiu de 3,8% para 3,6%, enquanto a expectativa era de queda para 3,7%. O payroll, contudo, veio abaixo do consenso de mercado de 490.000, ficando em 431.000. O nível de atividade mais fraco sugerido pelo payroll é interpretado por parte do mercado como positivo, pois alivia a pressão sobre a política do Federal Reserve diante da crescente inflação do país.
“Isso traz um viés mais dovish para a política monetária local. O dólar reagiu para baixo [frente ao real] logo após a divulgação, pois o mercado reajustou as expectativas. Esse payroll é o primeiro a capturar todo o período da guerra da Ucrânia, trazendo um pouco da nova realidade”, disse Carla Argenta, economista-chefe da CM Capital.
Outra parte do mercado, porém, tem interpretado os dados de forma negativa para a política de juros americana. Isso porque além da queda acima do esperado da taxa de desemprego, o payroll do mês anterior foi revisado para cima, de 678.000 para 750.000 novos postos não agrícolas.
Nos Estados Unidos, o rendimento dos títulos americanos de 2 anos dispararam após a divulgação dos dados, com investidores precificando um juro médio de 2,44% ao ano para o período. O rendimento dos títulos de 10 anos também sobem, mas ficam em 2,42%, abaixo do pago para os títulos de 2 anos.
O movimento conhecido no mercado como “curva invertida” é considerado um “sinal vermelho” para investidores por, suspostamente, indicar que uma recessão se aproxima. Uma possível queda da economia americanas, por sinal, tem se tornado um dos principais riscos para os mercados globais. Apesar da agitação do mercado de títulos americano, as bolsas de Nova York operam em leve alta, após abrirem em alta seguindo o tom positivo que se desenhava antes mesmo da divulgação do payroll.
S&P 500 (EUA): + 0,12%
Nasdaq (EUA): + 0,41%
Dow Jones (EUA): – 0,01%
No mercado de câmbio, o dólar atingiu novas altas contra divisas desenvolvidas. Contra emergentes, a moeda americana opera sem uma direção definida, com o real e o peso mexicano sendo as principais valorizações. A queda do dólar pressiona exportadoras da B3, que estão entre as únicas quedas deste pregão.
Marfrig (MRFG3): – 1,40%
Klabin (KLBN11): – 1,00%
Suzano (SUZB3): – 0,83%
Na ponta positiva, ações ligadas à atividade local lideram as altas após novo dado positivo da economia brasileira. A produção industrial do Brasil, também divulgada nesta manhã, saiu acima das expectativas, com alta mensal de 0,7% ante consenso da Bloomberg de 0,5% e queda anual de 4,3% contra a perda esperada de 4,9%. Além da produção industrial, na semana, dados do mercado de trabalho local surpreenderam positivamente.
Cielo (CIEL3): + 10,61%
Magazine Luiza (MGLU3): + 6,31%
Soma (SOMA3): + 5,31%
Fonte: Exame.com