VEIO PARA FICAR: O IMPACTO DO E-COMMERCE NO MERCADO VAREJISTA
O faturamento do comércio eletrônico pode chegar a R$ 174 bilhões.
Entrar e sair de várias lojas, comparar preços em tempo real, demorar quanto tempo quiser escolhendo os seus produtos e finalizar sua compra com poucos cliques, essas são algumas das vantagens que o e-commerce oferece. Quando surgiu em meados da década de 1960, muitas pessoas não imaginavam quão longe o comércio eletrônico chegaria e nem o quanto ele traria mudanças para as relações comerciais.
Passadas muitas décadas, o e-commerce evoluiu, passou por aprimoramentos e hoje já faz parte da realidade de todo o mundo. Se antes o comércio eletrônico já era visto como uma forma de conectar marcas e consumidores, a pandemia acelerou ainda mais este processo, e uma quantidade massiva da população, independente da faixa-etária, adquiriu a prática de realizar suas compras pela internet. De acordo com dados levantados pela Mckinsey & Company, uma empresa de consultoria americana, o contexto pandêmico foi responsável por gerar, em apenas 90 dias, mudanças no cenário do comércio eletrônico que antes levariam 10 anos para acontecer.
No relatório “O e-commerce no mundo”, idealizado pela NuvemShop, constatou-se que em 2020 o comércio eletrônico faturou U$4,28 trilhões, com crescimento de 27,6% em relação a 2019. Os dados foram levantados a partir do eMarketer, empresa de pesquisa de mercado.
Quando comparado com as vendas do varejo como um todo, online e offline, a queda de faturamento foi apenas de 3%. Fator que deve ser considerado para entender a importância que o e-commerce teve em meio a uma pandemia, quando grande parte da população mundial ficou impossibilitada de circular nas ruas e, consequentemente, teve que recorrer às compras virtuais para se adaptar à nova rotina.
Mas, apesar de muitas empresas terem implementado o e-commerce para não perder vendas durante a pandemia, muitas resolveram permanecer com o comércio eletrônico e passaram a investir mais nas estratégias para oferecer um serviço de qualidade e benefícios para o cliente.“No início a gente só pensava em vender, e agora ele acaba sendo uma consequência para o nosso público, devido a necessidade que nós tivemos de comprar sem poder sair de casa. É valorizar o tempo do cliente, é importante mostrar isso para ele. Principalmente quando a gente faz uma certa divulgação, tem que mostrar a questão da comodidade, qualidade e o processo de ser agradável para ele eficiente para ambos os lados, tanto para a gente, pelo baixo custo, como o cliente pela agilidade”, analisa Roberta Caminha, Coordenadora de Marketing Analí Supermercado.
O crescimento do e-commerce em 2021
O que parecia ser temporário em 2020, se estendeu mais do que muitos esperavam e em 2021 continuou sendo necessário que as empresas se reinventassem para vender durante a pandemia. No entanto, nessa altura do campeonato, o e-commerce já não causava mais tanta estranheza, fosse para marcas ou consumidores.
Prova de que o comércio eletrônico conquistou de vez o espaço entre os consumidores brasileiros foram os resultados expressivos atingidos ao final do ano. De acordo com relatório divulgado pelo Neo Trust. em 2021 o e-commerce faturou R$ 161 bi, um crescimento de quase 27% em relação ao ano de 2020. Por regiões, a que mais se destacou foi o sudeste, responsável por 57,9% do faturamento. Em seguida veio o Nordeste (17,5%), brasileiros foram os resultados expressivos atingidos ao final do ano. De acordo com relatório divulgado pelo Neo-Trust. Em 2021 o e-commerce faturou R$ 161 bi, um crescimento de quase 27% em relação ao ano de 2020. Por regiões, a que mais se destacou foi o sudeste, responsável por 57,9% do faturamento. Em seguida veio o Nordeste (17,5%), o Sul (14,8%), o Centro-Oeste (7%) e o Norte (2,8%). O cartão de crédito foi o meio de pagamento que mais foi utilizado, representando 69,7% das vendas, com a implantação recente, o pix respondeu por 2,3% das vendas.
Com tantas empresas investindo no e-commerce, ficou o questionamento: como se destacar e alcançar os clientes? Para Roberta, o segredo está em uma maior humanização. “Qual a melhor estratégia a oferecer para o cliente? Oferecer produtos de custo-bene-fício e agregar valor a eles, no PDV o cliente não quer só comprar, ele quer ter uma experiência de compra. Precisamos, no mercado varejista, levar isso para o e-commerce. Fazer com que o cliente realmente viva uma experiência de compra, dentro do e-commerce é a grande sacada. Ele quer agilidade, ter as compras deles ali logo, e a plataforma consegue oferecer isso tudo, consegue entregar o melhor produto, da forma como ele solicitar, consegue diminuir o tempo de recebimento pelas formas que você tem de entrega. Então, a questão da concorrência realmente é você fazer a experiência de compra do cliente ser a melhor possível”, destaca.
Tendo as ferramentas à disposição, cada marca tem a liberdade de fazer sua própria estratégia e manter sua identidade também no digital. No entanto, para atingir o objetivo de não apenas vender, mas trazer o público para perto, é preciso conhecer, de fato, o comprador. “A gente observa que é importante cada vez mais estudar o nosso shopper para poder realmente ver quais são as vantagens desse mercado dentro do nosso nicho. Independentemente de ser uma loja de lingerie, um supermercadista, uma loja de roupas, de utensílios, é importante ele ver essa questão de analisar o CRM do aplicativo”, pontua Roberta.
Para a profissional, conhecer o comprador da marca é um dos principais fatores para decidir pelo investimento ou não na parte do e-commerce. Apesar do faturamento expressivo, é necessário saber até que ponto a implementação do comércio eletrônico é válida.
O comércio eletrônico e o varejo
Com a experiência no mercado varejista, Roberta Caminha acredita que o e-commerce traz muitas possibilidades para o varejo, permitindo explorar diversas vantagens. “Quando você passa para o comércio online, você consegue atender uma área de abrangência geográfica muito maior, isso é uma das vantagens grandiosas que a gente vê dentro do comércio online e um outro ponto que é vantajoso, para o mercado varejista, é a questão da conveniência, comodidade, preços competitivos, o baixo custo que a gente tem dentro de um mercado online, estratégias diferenciadas do PDV. A questão é do horário de funcionamento, que o cliente ele pode fazer a compra dele a qualquer lugar e hora, apesar dele não receber naquele horário, mas ele tá ali com a lista dele na cabeça e ele consegue atender a questão naquele momento que ele tá com vontade de fazer as compras, então assim é muito vantajoso para dentro do nosso mercado varejista”, pontua a Coordenadora de Marketing.
E ao falar em varejo, não é possível deixar de fora o setor supermercadista, que também cresceu bastante dentro do comércio eletrônico. Com os supermercados apostando em aplicativos próprios e outras plataformas para atender os consumidores, tornou-se mais comum realizar a compra de produtos para casa sem precisar sair de casa. No entanto, também é preciso estar atento para manter um atendimento online, principalmente quando se trabalha com alimentos.