Carrefour: o que está por trás do crescimento da margem bruta?
Especialistas que acompanham o mercado de capitais não esperavam avanço do indicador no segundo trimestre
Durante videoconferência de resultados do 2º trimestre realizada ontem (26/07), analistas de mercado comentaram sobre o aumento da margem bruta em praticamente todos os formatos operados pelo Carrefour Brasil e fizeram perguntas para entender a solidez desse avanço.
Para se ter uma ideia, no consolidado de todo o grupo no País, o indicador cresceu quase 1 ponto percentual – exato 0,7 pp – de abril a maio sobre iguais meses de 2022. No cash & carry, a alta foi de 0,8 pp, alcançando 14,9% no período, enquanto na operação de varejo a evolução foi de 0,5 pp, atingindo 24,4%.
Eric Alencar, CFO da empresa, explicou que o resultado se deve a melhores negociações com os fornecedores, especialmente na bandeira Atacadão devido à maior escala adquirida com a conversão das lojas que eram do Big.
O crescimento da marca própria, que tradicionalmente proporcionam margens maiores, também contribuiu. Elas responderam por 21,2% das vendas do varejo no trimestre, o que representa um crescimento de 1,2% sobre o mesmo intervalo do ano passado.
Outra iniciativa foi reduzir o estoque em 15 dias na operação do Big e em 4 dias no Atacadão. Segundo Alencar, a estratégia consistiu em comprar no último minuto para evitar que os produtos desvalorizassem parados durante o tempo de estocagem em função da atual deflação de alimentos. Ele explicou que o objetivo é sempre repassar para o consumidor o melhor preço, mas que essa medida deverá ser menos utilizada daqui para a frente para não correr risco de ruptura.
Para os analistas, um ponto importante durante a videoconferência era entender o potencial de avanço da margem bruta num cenário competitivo como o do varejo alimentar e diante da conjuntura econômica desafiadora. Stephane Maquaire, CEO do Carrefour Brasil, comentou que o ambiente competitivo está “bem quente no País” e que entre o primeiro trimestre deste ano e de 2022 foram abertas 240 lojas de cash & carry.
“Nós também participamos dessa concorrência. Abrimos unidades Atacadão em locais onde a marca estava presente, diferentemente dos hipermercados, que entramos em algumas novas regiões por meio de conversões. Sabemos que, nesses casos, é preciso mais tempo para maturar as lojas”, avaliou.
Fonte: SA Varejo