Demissões em massa são sinais importantes para repensarmos a cultura organizacional das empresas
Na contramão das grandes demissões em massa, que vêm preocupando cada vez mais o mercado pela mudança no comportamento das empresas e profissionais, o Brasil tem apresentado um movimento crescente de demissões voluntárias. Após o fenômeno do “Great Resignation”, que aconteceu em diversos países, incluindo o Brasil, precisamos estar atentos em como a relação com o trabalho está evoluindo.
Após o período que ficou conhecido como “Grande Renúncia”, que vem aumentando desde 2020, as empresas começaram a acompanhar mais de perto os números dos últimos anos para entender o comportamento dos profissionais. De acordo com os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e o estudo recente realizado pela LCA Consultores, quase 7 milhões de pessoas pediram demissão em 2022, sendo que quase 40% possuem de 18 a 24 anos e mais de 30% estão na faixa de 25 a 39 anos.
Com o retorno pós-pandemia, diversas mudanças no dia a dia das empresas foram revistas, muitas vezes indo de encontro à evolução no comportamento e pensamento dos profissionais, que passaram a priorizar diversas características que não estão necessariamente ligadas à remuneração, normalmente priorizada de maneira única ou isolada pelos contratantes. Flexibilidade, formato híbrido e cultura organizacional são os principais pontos de atenção de início e que podem ser determinantes para a escolha de uma vaga.
Lidar com um ambiente de trabalho que ainda permite uma cultura tóxica, insegurança e falta de reconhecimento ou crescimento, além do excesso de cobrança por conta das contenções financeiras e estruturais, estão diretamente ligados à busca por melhores condições de trabalho e insatisfação profissional.
A falta de evolução da cultura organizacional e a maneira como o RH lida com suas equipes, principalmente com o formato de gestão adotado, estão criando degraus cada vez maiores, distanciando e dificultando o relacionamento com os empregados.
Interpretadas como escolhas positivas por parte dos trabalhadores, o alerta acaba surgindo com viés duplo, pois também pode gera um impacto economia em geral ao mesmo tempo em que impacta negativamente as empresas. Afinal, quando temos movimentação por parte de profissionais qualificados ou que foram desenvolvidos, exigindo esforço e investimento por parte das empresas, pode ser ainda mais difícil encontrar substitutos, afetando a produtividade das equipes e os negócios.
Fonte: Mercado e Consumo