Sucessão empresarial: como garantir crescimento ao longo das gerações
Leo Horta, sócio fundador da consultoria empresarial Maitreya, explica a importância de criar conexão com a próxima geração de acionistas. Segundo o índice Global de Empresas Familiares (2021), da Pwc, apenas 36% das companhias familiares chegam à segunda geração. Esse número reduz para 19% na terceira geração e 7% na quarta. Garantir a perenidade de uma empresa é uma das maiores preocupações, especialmente quando se trata de empresas familiares.
“A maioria das companhias pensam na sucessão empresarial de forma equivocada, resultando em consequências significativas para as empresas e suas trajetórias futuras. Ao adotar abordagens que se concentram apenas na transferência de posições e poder, as organizações correm o risco de minar a própria herança que as tornou únicas e bem- -sucedidas ao longo do tempo, em outras palavras, minar o seu próprio DNA que as levaram ao sucesso até ali”, afirma Leo Horta, sócio fundador da consultoria empresarial Maitreya.
Horta explica que há também uma certa resistência em incluir o sucessor na empresa por traumas ou crenças que foram criadas pelos erros de outras gerações no passado. As adversidades enfrentadas com gerações anteriores, que podem ter levado a empresa a concluir que tal tipo de envolvimento é ineficaz, não devem ser automaticamente tomadas como regra. Se continuarmos dessa forma, vamos afastar as gerações e perder o que gerou o diferencial e em incluir o sucessor na empresa por traumas ou crenças que foram criadas pelos erros de outras gerações no passado. As adversidades enfrentadas com gerações anteriores, que podem ter levado a empresa a concluir que tal tipo de envolvimento é ineficaz, não devem ser automaticamente tomadas como regra. Se continuarmos dessa forma, vamos afastar as gerações e perder o que gerou o diferencial e a representação do negócio.
“Um dos aspectos mais importantes está no direcionamento e na preparação dos sucessores para assumir a liderança e perpetuar o legado, valor e a cultura da companhia. Para alcançar esse objetivo, ressalto que é fundamental estabelecer uma real conexão entre as futuras gerações e o negócio desde cedo. Ao contrário do que muitas empresas fazem, quanto antes o sucessor for inserido nas atividades, melhor será”, completa.
Segundo o estudo da Pwc, as gerações mais jovens são fortemente motivadas por significado e propósito em relação à carreira e, muitas vezes, se esforçam para encontrar essas qualidades nos negócios da família, o que faz total sentido. A definição clara dos valores da empresa, desempenha um papel crucial na superação da lacuna geracional, fornecendo aos jovens sucessores o sentido de propósito que tanto esperam.
“A sucessão de uma empresa não se trata apenas de transferência de poder, mas de uma jornada de aprendizado, respeito pela trajetória até ali e crescimento mútuo. A preparação das futuras gerações é um processo contínuo e requer dedicação e investimento a longo prazo. Todo esse processo ainda precisa ser, genuinamente, conduzido e direcionado por especialistas com base nas características e aptidões individuais dos sucessores, bem como, nas necessidades da empresa”, alerta Leo Horta.
Fornecer oportunidades de aprendizado, orientar a trajetória e promover experiências enriquecedoras são elementos essenciais para assegurar que a empresa familiar prospere através das gerações, permanecendo relevante e competitiva em um mercado em constante mutação. Assim, a verdadeira perpetuação de uma empresa familiar reside na capacidade de abraçar o novo enquanto honra suas raízes.