GOVERNO FEDERAL LANÇA CARTILHA PARA ESTIMULAR A ADOÇÃO DE CRIANÇAS MAIS VELHAS E COM DEFICIÊNCIA
Divulgado no Dia Nacional da Adoção, documento tira as principais dúvidas para quem deseja adotar
De acordo com dados do Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento (SNA) existem atualmente no Brasil quase 5.000 crianças à espera de um lar adotivo. Entre estas crianças, o maior número são aquelas que possuem mais de 15 anos, chegando a 1.118 em espera. O segundo maior número fica entre as crianças de 12 a 15 anos.
Uma realidade em muitos sistemas de adoção é que quanto mais velhas as crianças ficam, mais difícil é de elas serem adotadas. Uma vez que as famílias priorizam pegar crianças nos primeiros anos de fato. Prova disso é que o número de crianças até três anos de idade na fila de adoção é um pouco maior do que a metade das que possuem mais de 15 anos, chegando a um total de 687. No entanto, apesar das preferências de muitos pais na espera de adoção, os números de crianças ainda são altos para todas as faixa-etárias. Dentro desse contexto, no Dia Nacional da Adoção, celebrado em 25 de maio, o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH) disponibilizou a cartilha Adote um Amor, com o objetivo de tirar as principais dúvidas a respeito do processo de adoção e também estimular as pessoas a adotarem crianças mais velhas e com deficiências. O material percorre o caminho desde como adotar até os depoimentos de famílias que passaram pelo processo de adoção.
Na seção quatro da cartilha, é discutida a questão da adoção tardia, termo utilizado para famílias que escolhem adotar crianças maiores que já atingiram um certo estágio de desenvolvimento. Apesar das dificuldades de conseguir adoção para esta faixa-etária, o material ressalta que as famílias não devem se opora esta possibilidade, mas entender que o necessário é estar preparado para o período de adaptação, que pode ser um pouco maior do que para crianças mais novas. O documento também traz algumas sugestões de filmes e documentários que podem ajudar a conhecer mais sobre a escolha de adotar crianças mais velhas.
Adoção de crianças com deficiência
Uma outra problemática trabalhada na cartilha é a adoção de crianças com deficiência. De acordo com dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), das quase 5 mil crianças na fila para adoção, 25% delas possuem alguma deficiência ou doenças raras.
Já em relação as famílias que aguardam para realizar a adoção, 55,6% afirmam que não se opõem em adotar uma criança com deficiência ou doença. No entanto, apenas 5,36% dos habilitados aceitariam adotar uma criança com HIV, 4,1% aceitariam uma criança com alguma deficiência físicas e apenas 2,5% receberiam uma criança com deficiência física e intelectual.
Dentro deste panorama, o número nas filas de espera seguem crescendo. Segundo o Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento (SNA), das crianças disponíveis para adoção, 9,5% possui deficiência física, 25,6% tem deficiência física e intelectual e 64,8% tem deficiência intelectual.
Com os critérios tidos como essenciais para muitos dos aptos a realizarem a adoção, esses números podem crescer nos próximos anos.
Conscientização
Ao analisar os dados, é notório que um longo caminho ainda precisa ser feito para desmistificar alguns preconceitos que as pessoas têm, muitas vezes por não ter informações suficientes sobre o assunto.
A cartilha disponibilizada é um bom caminho para colher mais informações sobre o assunto e até mesmo repensar sobre os critérios que as famílias têm utilizado no momento de aceitar ou não uma criança.
O primeiro passo é enxergar a adoção como um ato de amor, e não de caridade. Existem milhares de crianças em busca de lares onde possam receber o amor, carinho e cuidado que por vários motivos foram negados a elas, algumas desde o nascimento e outras por circunstâncias da vida. Além de abrir a mente, também é necessário abrir o coração.