BARÔMETROS GLOBAIS SINALIZAM MELHORA PARA 2022, APONTA FGV
Os indicadores se baseiam nos resultados de pesquisas de tendências econômicas realizadas em mais de 50 países, com o objetivo de ter uma cobertura global mais ampla possível
De acordo com dados divulgados em janeiro pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), os Barômetros Econômicos Globais, indicadores que permitem analisar o desenvolvimento econômico, permaneceram subindo pelo segundo mês consecutivo após caírem na maior parte do segundo semestre em 2021. Com os números positivos, o Barômetro Coincidente se manteve acima da média histórica, enquanto o Barômetro Antecedente retornou à faixa neutra de 100 pontos.
No primeiro mês do ano, o Barômetro Econômico Global Coincidente subiu 0,4 ponto, atingindo o patamar de 108,7 pontos. Já o Barômetro Econômico Global Coincidente avançou 3,6 pontos, para 100,9 pontos, maior nível desde setembro de 2021 (108,1 pontos).
Segundo o Ibre/FGV, os resultados foram influenciados pela melhora do ambiente econômico na região da Ásia, Pacífico e África. Os indicadores se baseiam nos resultados de pesquisas de tendências econômicas realizadas em mais de 50 países, com o objetivo de ter uma cobertura global mais ampla possível.
Barômetro Coincidente por região e setor
O Barômetro Coincidente reflete o estado atual da atividade econômica. Em relação aos números divulgados em janeiro de 2022, a região da Ásia, Pacífico e África contribuiu com 1,3 ponto para a alta do Barômetro Coincidente Global, seguida pelo Hemisfério Ocidental com contribuição de 0,1 ponto.
Em contrapartida, a Europa registrou uma contribuição negativa de 1,0 ponto para o resultado agregado. Mesmo com o recuo, o indicador regional do continente ainda sustenta o maior nível entre as três regiões, ficando em 112 pontos.
Ao analisar o comportamento dos indicadores setoriais, apenas a indústria apresentou crescimento em janeiro, subindo 3,2 pontos, atingindo o patamar de 111,6 pontos. Os demais setores apresentaram desaceleração no nível de atividade, dessa forma, economia (106,8 pontos), construção (104,8 pontos), comércio (104,2 pontos) e serviços (103,3 pontos), apresentaram quedas de – 1,0; -3,0; -5,1 e -2,6 respectivamente.
De acordo com o levantamento, todos os indicadores se mantêm na zona favorável, com a indústria sendo o maior entre eles, algo que não ocorria desde outubro de 2021.
Barômetro Antecedente – Indicadores de regiões e setores
O Barômetro Antecedente antecipa os ciclos das taxas de crescimento mundial em três a seis meses. Assim como ocorreu com o Barômetro Coincidente, a região da Ásia, Pacífico e África apresentou a maior contribuição para o crescimento do Barômetro Antecedente em janeiro de 2022, com 3,2 pontos.
Diferente do visto no Barômetro Coincidente, a Europa contribui positivamente para o Barômetro Antecedente, com 0,7 ponto. Por outro lado, o Hemisfério Ocidental contribuiu negativamente, com 0,3 ponto, fechando o mês 10 pontos abaixo do nível de neutralidade de 100 pontos.
Nos indicadores setoriais, houve o aumento dos antecedentes nos setores de indústria (105,2 pontos) e serviços (106,8), os demais recuaram, ficando da seguinte forma: economia (88,1 pontos), construção (100,1 pontos) e comércio 103,9 pontos). Com o resultado, o indicador da Economia Geral, medido através de avaliações dos consumidores e agregadas empresariais, fechou o mês abaixo dos 90 pontos e 20 pontos abaixo do indicador do setor de Serviços, o mais otimista.
O resultado sinaliza por um lado o descolamento entre percepções de empresas e de consumidores e do outro, a evolução ainda favorável dos segmentos de serviços presenciais, os que mais sofreram nos momentos de maiores restrições à mobilidade durante a pandemia de covid-19.