Belmiro Gomes, presidente do Assaí, comenta alguns dos ajustes que transformaram os atacarejos
Executivo diz que conseguir vender um produto com um preço 15% mais baixo sempre o fascinou
Belmiro Gomes, presidente do Assaí Atacadista , que acompanhou o crescimento da rede de 40 para as atuais 230 lojas, falou, em entrevista para O Estado de S.Paulo, sobre alguns dos desafios e mudanças que transformaram o formato atacarejo, que hoje representa 40% das vendas de alimentos, segundo dados da Mckinsey.
“Inicialmente, o atacarejo era um formato distante do consumidor e exigia cartão para compras, mas isso vem mudando. No início, o modelo era muito espartano e nosso calcanhar de Aquiles era que não se tinha uma boa experiência de compra”, lembra.
Para se ter uma ideia, atualmente 93% do sortimento dos hipermercados já é encontrado no atacarejo. Uma das lacunas fechadas recentemente foi a instalação de açougues nas lojas, uma demanda antiga da clientela.
O executivo ressalta ainda que antes de abrir uma loja é muito importante estar atento às necessidades de cada bairro. Ele cita, por exemplo, que em algumas unidades a empresa identificou o interesse dos consumidores por vinho e, a partir daí, foi instalado uma adega. No entanto, lembra que é importante também manter o sortimento enxuto e grandes volumes para se conseguir ter uma equação de preço e boa margem para oferecer preços atrativos aos clientes.
Belmiro Gomes, que começou a trabalhar cedo no varejo alimentar, aos 15 anos, e trabalhou já antes como engraxate e boia-fria, é sempre lembrado por ter conseguido fazer o Assaí virar um gigante sem perder o “espírito” do negócio: o custo enxuto, que permite preços mais baixos ao consumidor.
De acordo com o executivo, sua origem humilde ajudou a entender a importância de se vender barato. “Conseguir vender um produto com um preço 15% mais baixo sempre me fascinou”.
O empenho diário se reflete nos números. De uma empresa comprada pelo GPA, dono do Pão de Açúcar, por cerca de R$ 400 milhões (primeira parte adquirida em 2007 e o restante em 2009), a rede se transformou em uma gigante de valor de R$ 27 bilhões na Bolsa brasileira. O negócio foi separado do GPA e hoje já é um filhote maior do que a empresa-mãe, avaliada em R$ 6 bilhões.
Fonte: SA Varejo
Foto: Divulgação