Inflação nos supermercados em 2023 fica em 1,84% é a menor dos últimos 5 anos

O Índice de Preços dos Supermercados (IPS), calculado pela Associação Paulista de Supermercados (Apas) em parceria com a Fipe, registrou variação de 0,15% em maio de 2023. Com esse resultado, a inflação acumulada no ano ficou em 1,84%, o menor patamar dos últimos cinco anos. No acumulado em 12 meses, a inflação dos supermercados desacelerou de 9,1%, em abril, para 7,25%, em maio.

A inflação registrada em maio foi resultado da alta dos preços do leite e seus derivados, das bebidas alcoólicas e dos artigos de limpeza. Em contrapartida, os preços da carne bovina, das aves e dos produtos in natura tiveram redução. Todos os grupos que integram o índice seguem a mesma tendência de rápida desaceleração. Os produtos de limpeza e de higiene e beleza, que desde 2020 apresentaram alta, inverteram a tendência e estão desacelerando nos últimos meses.

A expectativa da Apas é de que o índice de preços nos supermercados mantenha a tendência de desaceleração até o encerramento do primeiro semestre do ano. Além disso, caso não haja nenhuma mudança abrupta nos cenário econômico doméstico e internacional, encerre no menor patamar desde o início da pandemia.

Para a associação, a menor pressão inflacionária e o baixo ritmo da atividade econômica interna, sobretudo o consumo das famílias, possibilitam a redução da taxa básica de juros sem o comprometimento dos fundamentos econômicos e da meta de inflação determinada para o ano corrente. A Apas defende que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central inicie o ciclo de redução da taxa Selic já na próxima reunião. A Selic está, atualmente, em 13,75% ao ano.

Alta em semielaborados

A categoria produtos semielaborados apresentou inflação de 0,11% em maio. A alta de preços da categoria decorreu do reajuste nos preços do leite, dos cereais e da carne suína, que subiram 2,27%, 1,59% e 0,69%, respectivamente. Por outro lado, os pescados (-2,40%), as aves (-2,04%) e a carne bovina (-0,71%) deflacionaram em maio, impedindo que esse grupo de alimentos apresentasse alta mais expressiva no mês.

Dentro do grupo de semielaborados, a carne bovina e o frango merecem destaque. Após forte alta em 2021 e 2022, esses dois tipos de proteína animal registram significativa deflação nos primeiros meses de 2023, podendo encerrar o ano com a primeira redução de preços em uma década.

A carne bovina acumula queda de mais de 5% entre janeiro e maio e redução de 9,40% nos últimos 12 meses. Entre os cortes de carne, os destaques são a fraldinha e o contrafilé que, no acumulado em 12 meses, registraram queda de 12,53% e 11,23%, respectivamente. O frango acumula queda de 11,53% no preço ao consumidor final apenas em 2023.

De acordo com a Apas, a redução no preço da carne, no acumulado de 2023 até maio, decorreu da conjunção de chuvas abundantes no início do ano e melhora da condição dos pastos das regiões Sudeste e Centro-Oeste do país, e redução do preço da ração animal após forte alta entre o segundo e o terceiro trimestres de 2022. Isso, além do embargo temporário das exportações de carne bovina durante o mês de março, especialmente para China e Rússia, em decorrência de um caso do “mal da vaca louca” no Pará. A carne suína segue tendência de alta, motivada, entre outros fatores, pelo aumento das exportações para a China.

O preço do leite apresentou alta em maio (2,27%) e acumula inflação de 13,65% em 2023. O aumento no preço do leite no início de 2023 decorreu tanto da redução dos estoques dos produtores quanto do aumento dos custos de produção. Nos meses de janeiro a abril, os preços de diferentes itens da cesta de consumo das famílias, como leite em pó, leite condensado, creme de leite e os queijos registraram elevação.

A subcategoria de cereais inflacionou 1,59% no mês, impulsionada pela alta dos preços do arroz (2,38%) e do milho (1,11%). Esses itens acumulam significativa alta nos últimos 12 meses, enquanto o arroz foi reajustado em 11,60%, o milho subiu mais de 33%. Em comparação com esses dois itens, o feijão apresenta alta mais modesta, com variação de 7,19% na mesma base de comparação.

Industrializados e in natura

A categoria de produtos industrializados registrou alta de 0,30% em maio, impulsionada pelo aumento dos doces (1,93%), dos alimentos prontos (1,43%), dos derivados de carne (0,84%) e dos cafés, achocolatados em pó e chás (0,51%). Em sentido oposto, apresentaram queda nos preços os seguintes subgrupos: óleos (-3,77%), panificados (-0,55%) e adoçantes (-0,19%). O destaque foi do óleo de soja que, impulsionado pela redução da cotação dos grãos no mercado internacional e pela produção recorde de soja no país neste ano, já apresenta recuo de 16,66% nos preços entre janeiro e maio e de -29,75% nos últimos 12 meses.

Os produtos in natura, após alta nos preços em abril, registraram deflação de 1,22% em maio, impulsionada pelo recuo nos preços das frutas (-3,18%), legumes (-1,58%) e verduras (-0,44%). O grupo de produtos in natura tende a apresentar comportamento volátil dos preços em função da sazonalidade e do clima. Porém, apesar da natural oscilação nos preços dos itens que compõem o grupo, o comportamento dos preços no acumulado em 12 meses não está subindo de modo acelerado. Entre junho de 2022 e maio de 2023, o grupo tem acumulado alta de preços próximo a 6% e, apenas em 2023, variação de 1,93%.

Entre as frutas, apenas melão, uva e pera apresentaram alta nos preços em maio. Entre as frutas que registraram queda, os destaques foram o mamão e o limão, que deflacionaram 16,37% e 12,92%, respectivamente. No acumulado do ano, por sua vez, as frutas que contabilizam queda nos preços são: limão (-26,42%), maçã (-14,09%) e banana (-10,40%).

Os destaques no mês de maio entre as verduras foram: repolho (-2,71%), escarola (-2,0%) e alface (-1,02%). Apesar da queda no mês, todos os produtos que integram o subgrupo de verduras acumulam alta superior a 15% no acumulado de 2023.

Entre os tubérculos, a cebola e a batata mantêm a tendência de queda nos preços apurada nos meses anteriores, de modo que neste ano acumulam recuo de 50,47% e 15,46%, respectivamente. O alho, apesar de ter sido reajustado em 5,04% em maio, no acumulado do ano e em 12 meses, ainda computa queda nos preços, com variação respectiva de -0,43% e -1,45%.

Bebidas e limpeza

As categorias de bebidas não alcoólicas e alcoólicas inflacionaram 0,42% e 0,49% em maio, respectivamente. Dentre as bebidas não alcoólicas, o refrigerante, apesar de não ser o item que apresentou maior alta de preço no mês, foi o que exerceu maior influência sobre a variação do grupo, ao variar 0,31%. Já em relação às bebidas alcoólicas, o aumento das cervejas (0,49%) e da aguardente (1,51%) puxaram o indicador para cima.

A categoria de produtos de limpeza apresentou inflação de 0,58% em maio, influenciada pelo aumento nos preços do desodorante (2,12%), sabão em barra (1,52%) e sabão em pó (0,36%). O grupo de produtos de limpeza, apesar da alta na ponta da curva, mantém tendência de desaceleração, de modo que, entre janeiro e maio de 2023, acumula alta de 3,12%, bem abaixo do registrado no mesmo período de 2022 (9,52%).

O preço dos artigos de higiene e beleza avançou 0,35% em maio, puxado pelo aumento dos sabonetes e do xampu, que avançaram 0,51% e 2,01%, respectivamente. No acumulado em 12 meses, a categoria acumula alta de 13,01%, abaixo do registrado no mês imediatamente anterior (14,86%). Considerando a forte desaceleração, e até mesmo queda, nos preços dos insumos produtivos, a APAS acredita que o grupo continuará desacelerando nos próximos meses.

Fonte: Mercado & Consumo

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