NO PÓS PANDEMIA, CONSUMIDOR MUDA HÁBITOS E EXIGE MAIS AGILIDADE E ADAPTABILIDADE DO SETOR SUPERMERCADISTA
Por Jean Gregório
No pós pandemia, pesquisas e estudos sobre o comportamento do consumidor na compra em supermercados apontaram impactos e desafios para o setor, que precisa cada vez mais entender os novos hábitos e tendências do mercado de consumo para explorar com mais assertividade.
As pesquisas relataram mudanças como, por exemplo, na forma de consumir, na agilidade de atender e na capacidade dos supermercados de se adaptar ao desejo e opções dos consumidores.
Os supermercadistas, que sentiram na ponta os efeitos significativos da mudança de comportamento, percepções e expectativas do consumidor vindas durante a pandemia, mas que fizeram a transição mais rápida para entender e atender esses novos hábitos saíram na frente.
O sócio proprietário da Rede Bom de Mais, Josemario Alves de Almeida, que tem lojas no formato de supermercado e de atacarejo, em Monteiro, atestou e compreendeu, na prática, essas mudanças de comportamentos do consumidor paraibano.
BUSCA POR PREÇOS E OUTRAS MARCAS
Pesquisas recentes mostram mudanças de comportamento: os consumidores estão explorando cada vez marcas próprias, marcas substitutas e outras marcas e planejam incluí-las em suas cestas e carrinhos para fazer novas descobertas de marcas devido à inflação sobre os alimentos. Ou seja, a fidelidade às marcas é cada vez menor.
Para o supermercadista Josemário de Almeida, a inflação sobre os alimentos durante a pandemia acelerou essa troca e também a rotatividade de marcas. “Os clientes estão preferindo marcas com preços menores”, pontuou.
Com inflação alta sobre os alimentos a redução da renda das famílias, durante a pandemia, os consumidores priorizam as compras não apenas de alimentos essenciais, mas na mesma intensidade mudaram de comportamento na escolha de produtos independente de marcas em busca de preço, daí o giro maior de novas marcas que chegam às prateleiras dos supermercados.
Para o economista e educador financeiro, Cláudio Rocha, a tendência de procura por marcas próprias nas grandes redes já era um comportamento do consumidor na pré-pandemia. “O que acelerou durante e também na pós pandemia foi a permuta das ‘marcas líderes’ por ‘marcas substitutas’ de outros fornecedores. “O que podemos observar que em vez da procura por marcas próprias, que somente são encontradas em grandes redes, os consumidores desde a pandemia intensificou as trocas por marcas diversas tendo preço e, minimamente, qualidade como uma busca constante”, frisou o economista.
O supermercadista Josemário de Almeida, por exemplo, precisou realizar negociações com mais fornecedores para disponibilizar marcas alternativas aos clientes nos últimos anos. “O consumidor intensificou a busca de marcas com preços mais atrativos, daí a necessidade de buscar mais fornecedores e a variedade de marcas. Essa tem sido uma tendência forte devido à inflação sobre os alimentos nos últimos anos e é uma das estratégias encontradas pelos supermercadistas para atender os clientes das lojas”, reiterou.
COMPRA ONLINE VEIO PARA FICAR
O que era comum com os outros itens no período da pandemia da Covid-19 a intensificação de vendas pela internet ganhou força expandiu fortemente no setor de supermercados. Tudo indica que essa mudança veio para ficar.
Os supermercados que já estavam preparados para oferecer vendas no online elevaram as suas vendas durante a pandemia e, mesmo com a volta sem restrição de vendas nas lojas físicas no ano passado, o setor não deixou de faturar com o canal online.
Segundo o empresário supermercadista Josemário de Almeida, uma boa parte dos clientes passou a comprar no online, durante a pandemia, permanece, o que aponta para o setor continuar oferecendo e investindo em um serviço do canal online eficiente. “Preparar cada vez mais os colaboradores para atender com agilidade e precisão esse público é fundamental no atual momento”, aponta o empresário.
Para os especialistas em mercado de consumo, adaptar-se à nova tendência para continuar competindo é fundamental. O canal online para o setor supermercadista deve não apenas permanecer, mas ser aperfeiçoado, pois há parcelas de consumidores que buscam mais comodidade, otimizar o seu tempo e não gostam de enfrentar filas e trânsito.
OUTRAS MUDANÇAS
– Nas lojas físicas, as mudanças de comportamento do consumidor no pós pandemia são ainda mais intensas. Além de busca de diversidade de marcas com preços competitivos, a rapidez no atendimento nos caixas, corredores mais espaçosos e proximidade da loja à residência são tendências fortes para uma maior fidelidade do consumidor.
Coordenada
Além de multicanais de vendas, ter mais de um formato para grupos e redes do setor supermercadistas se tornou uma tendência também e foi intensificado nos últimos anos. O formato atacarejo é uma das preferidas.
Contudo, conhecer os clientes e os hábitos de compra deles numa cidade ou região pode gerar também oportunidade de ampliação no mercado. Foi o que aconteceu com a Rede Bom Demais, que observou o perfil dos clientes da região do Cariri e abriu uma nova loja no formato atacarejo em Monteiro.
“As famílias estão buscando cada vez mais economizar, por isso estão procurando o formato atacarejo, que alia compra em maior quantidade com redução de preços”, avaliou Josemário de Almeida, que está no ramo de supermercado há 25 anos e administra, agora, os dois formatos na principal cidade do Cariri paraibano.
Os atacarejos, que reúnem características tanto do atacado quanto do varejo, têm público mais amplo (pessoas físicas e jurídicas), aliando estratégia de preços mais competitivos, uma variedade maior de produtos, além de ser uma tendência do setor supermercadista em vez do formato hiper.
Para Josemário de Almeida, os empresários do setor supermercadistas vão precisar enfrentar os desafios do acirramento da competitividade do setor com muita leitura e informações atualizadas para tomar decisões mais assertivas. Ele observou o perfil e a preferência dos consumidores em sua loja e também o potencial de consumo na região para avaliar a abertura do segundo formato.
