SETOR DE SUPERMERCADOS AMPLIA COMPRA DE COOPERATIVAS APÓS MEDIDA DE INCENTIVO DE GOVERNO DA PARAÍBA

Produtos das agroindústrias paraibanas ganham competitividade com isenção de ICMS e chegam às prateleiras e aos refrigeradores dos supermercados

por Jean Gregório

Queijo e doce de leite de cabra, manteiga da terra, ovos caipira, iogurtes com polpa de fruta, queijo de muçarela e requeijão cremoso dentre outros itens, produzidos por cooperativas paraibanas, começaram a dividir as prateleiras e refrigeradores nos mercadinhos e supermercados com outras marcas com mais regularidade este ano da Paraíba.

A medida tomada pelo Governo da Paraíba, em janeiro deste ano, de isentar o ICMS de ponta a ponta os produtos da agricultura familiar e da agroindústria e gerar crédito presumido aos compradores no mercado privado, elevou a competitividade dos produtos beneficiados pelas cooperativas.

Para os economistas da Companhia de Desenvolvimento da Paraíba (Cinep), os impactos dessa medida de incentivo serão mais bem avaliada após 12 meses, mas bastou o decreto 43.373 ter sido publicado no Diário Oficial do Estado e entrar em vigor em janeiro deste ano que os negócios começaram a florescer, sobretudo, das cooperativas mais organizadas que já lidavam com produtos certificados, com produção regular e preços competitivos.

 

JÁ DOBROU VOLUME DE NEGÓCIOS

É o caso da Cooperativa dos Produtores Rurais de Monteiro (Capribom), na região do Cariri da Paraíba. Com pouco mais de quatro meses da isenção entre em vigor, a cooperativa, que produz e comercializa os itens como leites, queijos, manteiga e iogurtes à base de caprinos e de bovinos, já dobrou o seu volume de negócios, de colaboradores contratados e também dos sócios proprietários.

“A produção praticamente dobrou e aumenta a cada dia numa maior velocidade. Estamos criando um portfólio maior de itens da linha de produção com uma nova apresentação. Já estamos comercializando os 16 itens em mais de 100 mercadinhos, supermercados e redes como, por exemplo, a rede Compre Mais e Bom Demais, localizadas nas regiões do Cariri e do Complexo da Borborema. Estamos nos preparando para comercializar com o Grupo Mateus, que está em expansão na Paraíba com novas unidades de atacarejo. Este é apenas mais um de tantos outros que queremos comercializar no Estado”, resumiu o gerente de Negócios da Capribom, Rubens Remígio, que além de sócio cooperado e produtor é o responsável técnico do laticínio da cooperativa.

OUTROS MERCADOS PARA EXPLORAR

Para se ter uma ideia do potencial do novo mercado aberto para as cooperativas, os produtos da Capribom ainda nem chegaram aos supermercados da Grande João Pessoa, onde se concentram as

maiores redes do Estado em volume de compras e também em quantidade de lojas, o volume dobrou, sem falar ainda para outras regiões do Estado como Sertão e o Brejo.

Outra boa notícia é que a medida de incentivo às cooperativas conta ainda com apoio da Associação Paraibana de Supermercados da Paraíba (ASPB) e do Grupo Mateus, maior rede do Norte/Nordeste e a quarta maior do País, que está com um robusto plano de expansão lojas no formato atacarejo em várias cidades do Estado da Paraíba.

ASPB APOIA COMERCIALIZAÇÃO

O presidente da ASPB, Cícero Bernardo, afirmou que o setor tem feito “o máximo para comercializar os produtos da agricultura familiar uma vez que se trata de produtos de ótima qualidade, preços mais acessíveis tanto para o setor supermercadista como para os consumidores. Elas precisam apenas cumprir as normas exigidas pelas agências de vigilâncias como MARA e Anvisa, referente ao uso de agrotóxicos, e das certificações. Não tenho dúvida que o setor não medirá esforços para comercializar esses produtos e potencializar esse novo mercado”, frisou.

O gerente de Negócios da Capribom, Rubens Remígio, mais conhecido como Rubinho, é um dos maiores entusiastas da medida de incentivo às cooperativas e ao estímulo da agricultura familiar. Ele foi um dos líderes nas negociações com a Secretaria da Fazenda do Estado (Sefaz-PB), que reivindicava uma solução definitiva dos problemas tributários que cercavam há anos a comercialização dos produtos das cooperativas. Para Rubinho, a publicação do decreto do Governo da Paraíba em janeiro deste ano é um divisor de águas para o setor.

“Essa medida foi um dos maiores benefícios já realizado pelo Governo do Estado para as agroindústrias familiares, pois vai incentivar a produção, criar riqueza, gerar emprego e distribuir renda. Com essa medida, o Governo vai promover a igualdade de competitividade na comercialização da produção de pequenos produtores, através das cooperativas que beneficia os produtos das agroindústrias familiares”, comentou Rubinho.

1ª COORDENADA

MEDIDA DE INCENTIVO CRIOU UM NOVO MERCADO NA PARAÍBA

Os economistas da Companhia de Desenvolvimento da Paraíba (Cinep), João Marcelo Galdino Avelar, chefe de Departamento de desenvolvimento institucional, e Clemilson dos Santos, coordenador de estudos econômicos e fiscais, afirmaram que o incentivo do Governo da Paraíba para agroindústrias criou, na prática, um novo mercado de comercialização dos produtos de agropecuária ao setor privado, em especial, ao segmento de supermercados.

“O escoamento para quem trabalha no sistema de agricultura familiar, feito por meio de cooperativas, era restrito até então apenas ao setor público, por meio das compras governamentais para as escolas públicas. Com o novo incentivo em vigor, há uma cadeia de novos produtos da agricultura e agroindústria que podem ser comercializados, agora, no setor privado como mercadinhos, supermercados e atacarejos. Esse é um novo mercado e amplo que surge para as pequenas agroindústrias que se associam em cooperativas”, explicou João Marcelo.

Contudo, o economista da Cinep revelou que as cooperativas paraibanas precisam de organização e uma gestão eficiente para atender a essa nova demanda aberta nas várias regiões do Estado na comercialização de seus produtos. “Nas diversas regiões e microrregiões do Estado, onde tiverem mercadinhos, supermercados e atacarejos, haverá possibilidade de ampliação de novos negócios das cooperativas na ovinocaprinocultura, laticínios, fruticultura, avicultura, beneficiamento da tilápia e carcinocultura”, apontou. João Marcelo citou ainda o exemplo de três cooperativas como a Capribom, Catoleite e Coopervale que já estão comercializando seus produtos nos supermercados.

“As cooperativas que estiverem organizadas e qualificadas para atender ao setor com as certificações, regularidade na oferta dos produtos e preço largarão na frente, pois são esses os fatores que o mercado privado exige na comercialização”, apontou.

O economista Clemilson dos Santos lembrou que durante o período mais crítico da pandemia as cooperativas e a agricultura familiar sofreram com a crise da demanda do setor público, único mercado até então aberto para a comercialização, por isso muitas foram desativadas. Segundo ele, a nova medida de incentivo abre um novo espaço no mercado privado para a revitalização dos negócios das cooperativas e da agroindústria familiar.

“O setor público continua sendo um mercado importante para as cooperativas, mas o acesso ao setor privado vai promover não apenas a ampliação de mercado, mas vendas com produtos de maior valor agregado. Cooperativas poderão oferecer produtos voltados para classes de alto poder de consumo, estimulando a inovação com a criação de novos produtos e de marcas que atendam a todos os padrões de consumo do mercado, o que vai trazer sustentabilidade econômica e financeira às cooperativas e agroindústrias”, frisou o economista.

2ª Coordenada

CINEP APONTA SETORES PROMISSORES

Os economistas da Companhia de Desenvolvimento da Paraíba (Cinep) citaram que atualmente existem cooperativas organizadas de fruticultura (polpas), de tubérculos (macaxeira e inhame), de avicultura caipira (frango e ovos), de laticínios (derivados do leite de vaca e de cabra) e de cortes de caprinos, ovinos e suínos, que já estão comercializando os seus produtos, após semanas da obtenção do incentivo fiscal. Elas mal começaram a abarcar o mercado demandante aberto e o faturamento já dobrou de tamanho em três meses, apontando que o novo mercado tem negócios promissores para as cooperativas, sobretudo, aquelas mais organizadas e certificadas como, por exemplo, as cooperativas de laticínios como Capribom, Catoleite, Coopervale.

“Quando foi publicada a medida, as cooperativas que estavam com cavalo selado não perderam a oportunidade de montar e desbravar novos negócios”, compara o economista João Marcelo Galdino Avelar, chefe de Departamento de desenvolvimento institucional da Cinep, ao apontar que aquelas mais preparadas e organizadas para atender esse novo mercado privado neste ano largaram para expandir os seus negócios. “Enfim, espero que as demais cooperativas se inspirem e se organizem como a Capribom para explorar esse novo mercado e assim os seus negócios prosperem ainda mais no Estado, pois o cenário é promissor”, finalizou.

3ª Coordenada

MEDIDA TEM IMPACTOS NA PRODUÇÃO, RENDA, TRABALHO E ATÉ NO PIB DO ESTADO

O novo mercado aberto no setor privado para a comercialização das cooperativas deverá impactar positivamente uma série de fatores como, por exemplo, aumento da produção e da produtividade; elevação da renda das famílias tanto do campo como nas estruturas das cooperativas; abertura de novos postos de trabalho e até mesmo o PIB (Produto Interno Bruto) do setor agropecuário e da própria Paraíba.

Como a Paraíba é um estado ainda “fortemente importador”, pois a maior de seus produtos vem de outros Estados. A elevação da produção das agroindústrias e a comercialização voltadas ao consumo

interno deverão potencializar o PIB do Estado da Paraíba, pois o setor de supermercados da Paraíba priorizará compras das cooperativas paraibanas, reduzindo compras de outros Estados.

Contudo, o nível de impacto no PIB no setor agropecuário e da agroindústria, ponderam os economistas João Marcelo e Clemilson dos Santos, vai depender da organização e da participação de mais cooperativas para atender ao mercado privado, que é mais exigente que o setor público na compra dos seus itens, pois exige produtos certificados (SIM; SEE e SIF); com oferta regular dos itens e de preço competitivo.

Os economistas afirmaram ainda que “o sistema cooperativista é um dos que mais distribui renda de forma equitativa, assim, o incentivo direcionado às cooperativas promove o seu crescimento e concomitantemente contribui com a redução da desigualdade social”, apontaram.

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