SUPERMERCADOS CONTAM COM ESTRATÉGIAS PARA EVITAR PERDAS E DESPERDÍCIO DE ALIMENTOS
Um dos efeitos da cultura do consumismo é o desperdício alimentar. Somente no Brasil, são desperdiçadas 23,6 milhões de toneladas de alimentos por ano, o que representa mais de 40 quilos de lixo por pessoa ao ano.
De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), cerca de 1,3 bilhão de toneladas de alimentos são perdidos por ano no mundo, o que representa 30% do total produzido. Esse número abrange toda a cadeia alimentar, campo, indústria, logística, varejo e consumidor.
Os supermercados adotam diversas estratégias para que o desperdício de alimentos seja evitado, utilizando, em muitos casos, a tecnologia. Exemplo é a Fresco Labs, startup que otimiza a compra de produtos frescos pelo varejo por meio de inteligência artificial.
Ele sugere quanto e como deve ser a compra com o objetivo de aproximar a curva de demanda dos diferentes alimentos no mercado à curva de oferta. Por ser uma sugestão, não automatizada do processo não dispensa o funcionário responsável pela compra, que decide se vai acatar ou não a dica.
Para fazer a projeção, a startup considera três tipos de informação: histórico de vendas e campanhas publicitárias passadas (são os chamados dados internos); os dados futuros são promoções agendadas e eventos, como feriados; e os dados externos se referem à concorrência de preço. Qual o preço do tomate projetado para o dia seguinte no Ceasa (Centro Estadual de Abastecimento), por exemplo? As informações são adicionadas ao algoritmo, que faz inúmeros testes para sugerir ao supermercado como comprar.
Outra alternativa são as parcerias feitas entre supermercados e iniciativas como a do projeto Mesa Brasil, do Sesc, que atua como uma rede de banco de alimentos para o combate à fome e ao desperdício.
“Muitos supermercados cearenses adotam estratégias em distribuir os alimentos não consumidos que não tenham sido violados e se encontrem dentro do prazo de validade e que possam ser doados a ONGs, associações comunitárias, e isso faz com que o desperdício seja cada vez menor”, compartilha Nidovando Pinheiro, presidente da Associação Cearense de Supermercados.
