AUTOATENDIMENTO: SAIBA COMO O MODELO TEM TRANSFORMADO O VAREJO BRASILEIRO
Modelos híbridos devem seguir em crescimento pelos próximos anos.
O self-checkout não é uma novidade no mundo, no início dos anos 1900 os modelos de loja onde os clientes ficavam responsáveis por passar suas compras começavam a ser colocados em prática com o
Piggly Wiggly, primeiro supermercado de autoatendimento. Do início até aqui, inegavelmente a tecnologia passou por muitos avanços e o setor varejista se desdobrou para acompanhá-los. Apesar de consolidado no exterior, o autoatendimento no Brasil deu um grande salto nos últimos dois anos, impulsionado pela pandemia da Covid-19.
Apostando na capilaridade do mercado, as lojas de autoatendimento uniram-se às conveniências, mercados de proximidades e pequenas lojas instaladas em lugares de acesso limitado, como empresas e condomínios, para trazer mais benefícios para o cliente. “A proposta central das lojas de autoatendimento é fazer com que haja menos fricção na jornada de compra, inclusive na hora do pagamento, para que seja um processo mais fluido, mas principalmente, capilarizar a quantidade de lojas”, esclarece Eduardo Muniz, CEO da Vmtecnologia, empresa especializada em plataformas de gestão e pagamento para micro markets (minimercados).
Com um modelo de manutenção mais econômico do que as lojas tradicionais, o autoatendimento também abre porta para a expansão dos negócios em locais que antes teriam baixa chance de aproveitamento. “O ponto central é que isso faz com que você consiga levar lojas inclusive para locais que não tenham um faturamento muito alto, porque você não tem os custos com a mão de obra de caixa e de pagamento. Se você tivesse funcionários no ponto de vendas, não teria nenhuma ou quase nenhuma loja em condomínio, pois o modelo de negócio seria financeiramente inviável”, ressalta Eduardo.
O autoatendimento no mercado brasileiro é baseado na honestidade, já que utiliza o modelo onde o próprio consumidor é responsável pelo registo dos produtos selecionados, no totem ou aplicativo,
e pagamento de sua compra. Para Eduardo, é um formato que ainda está começando e também acompanha de perto as tendências em outros países. “A gente percebe no varejo e nos supermercados, que começam a surgir os self checkouts, mas ainda com o auxílio de colaboradores. É um processo que se inicia, o mercado brasileiro está iniciando no autoatendimento, sendo que em alguns setores, como o que atuamos de condomínios, isso já é realidade”, pontua.
De acordo com dados da Global Markets Insights, empresa especializada em estudos de mercado, a implementação de caixas de autoatendimento devem crescer 16% no Brasil até 2023. Na VM tecnologia, o número de pontos de venda que utilizam a solução da empresa cresceu 127% no último ano, depois de uma escalada de 350% na virada para 2021. De 2020 para 2021 os valores transacionados tiveram um aumento de 505%.
A união entre o modelo tradicional e o autoatendimento
Com a necessidade de adequação às demandas do mercados, as redes varejistas apostam cada vez mais na união entre os dois modelos de atendimento ao cliente: o tradicional e o de autoatendimento. “Existem diversas lojas do mercado trabalhando nesse modelo híbrido, e também começam a aparecer mais lojas somente no modelo de autoatendimento. Uma coisa não exclui a outra, são modelos que podem conviver paralelamente porque, fora o modelo de checkout, existem as mesmas estratégias de varejo”, destaca Eduardo.
O empresário ainda comenta sobre o objetivo principal que é atender as necessidades dos clientes, sabendo que existem públicos para os dois modelos, motivo pelo qual os modelos híbridos devem seguir em crescimento pelos próximos anos.
“Já observamos alguns setores muito evoluídos nessa questão, como os setores de bares e restaurantes, onde já existem totens para fazer pedidos que complementam ou substituem o caixa tradicional. Temos também experiências em restaurantes com cardápios digitais e cada vez mais o autoatendimento toma conta do varejo brasileiro e do comércio como um todo. A tendência é crescer, têm setores em que isso vai acontecer mais rápido, e setores em que a mudança precisa de mais tecnologia, mas a tendência é um crescimento altíssimo e irreversível nos próximos anos”, explica o empresário.