Food Obsession: a comida se tornou a resposta para tudo
A alimentação é a base da vida. Comemos para subsistência, para demonstrar poder, sofisticação, inteligência, posicionamento político e hoje, para todos que têm acesso, experiência é, sem dúvida, uma das palavras de ordem no que tange a alimentação.
Não há reunião sem um toque de alimentação, seja um simples cafezinho ou algo mais sofisticado. Não há shopping center que não esteja preocupado em redesenhar sua oferta nesse cluster. Não há programa de treino para mudança corporal que não envolva alimentação, além de todas as demais possibilidades, como eventos, gifts etc., combinados ao consumo diário dentro das tradicionais ocasiões de consumo: café da manhã, lanche da manhã, almoço, lanche da tarde, jantar e lanche da noite, que já impulsionam, diariamente, todos os canais de foodservice.
Sob esse cenário, cunhamos na Gouvêa Foodservice o termo Food Obsession, que, segundo nossa visão, resume esse momento de confluência, integração, protagonismo e urgência que o tema de alimentação tomou na agenda das interações culturais (museus, casas de show, eventos abertos ou corporativos), principalmente nos negócios de varejo de forma transversal, desde o tradicional varejo alimentar, mas principalmente nesse tsunami de soluções que surgem integradas ao varejo de moda, lojas de produtos esportivos, mobiliário, material de construção, entre outros.
O movimento Food Obsession, inicialmente, surge nas companhias com a ambição de geração de tráfego ou conveniência, porém, ele entrega muito mais para as empresas e seus clientes: experiência, conexão, relacionamento, sentimento de hospitalidade e novas oportunidades de alavancagem para os negócios, pois permite a captação de dados de clientes para geração de posteriores ativações, mesmo que o cliente não faça sua compra na loja.
Não adianta assumir o foodservice como uma bandeira complementar em operações de varejo sem considerar que esse é um segmento que passa por uma contínua revolução. Sim, é muito mais do que evolução, é um processo intenso que combina digitalização, robotização, inovação da oferta, gestão das pessoas, sustentabilidade, gestão de custos e, em negócios mais avançados, a utilização ostensiva da inteligência artificial.
Falamos em errar rápido e consertar rápido. Isso, em tudo o que é interno, é super verdadeiro. Errar com o dinheiro do consumidor e brincar com sua experiência, é pedir para ser substituído imediatamente, pois ele é cada vez mais implacável.
Por mais inusitado que seja o modelo, por mais inovador e disruptivo, ele deve partir do princípio de que a exigência do consumidor é máxima. Não há espaço para entregar o básico, ou o básico bem-feito. As empresas que resolverem dar sequência aos seus planos de Food Obsession devem fazer o básico perfeito e, somente a partir daí, se aventurar em novos caminhos.
O foodservice não é para amadores.
Cristina Souza é CEO da Gouvêa Foodservice.
*Este texto reproduz a opinião do autor e não reflete necessariamente o posicionamento da Mercado&Consumo.
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Fonte: Mercado e Consumo