SETOR SUPERMERCADISTA SEGUE EM CRESCIMENTO, EXPECTATIVA É FECHAR O ANO COM AUMENTO DE 4,5% NAS VENDAS
Em alta desde o ano passado, o setor supermercadista colhe os frutos de um trabalho feito com comprometimento e número de lojas cresce no Brasil
De acordo com o Índice Nacional de Consumo ABRAS (INC ABRAS), calculado pelo Departamento de Economia e Pesquisa da Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS), o setor supermercadista acumula uma alta de 5,32% entre os meses de janeiro e maio de 2021. Quando comparado com o mesmo período do ano anterior, a alta foi de 1,98%.
Ao analisar o comportamento do setor, é possível mensurar que o bom desempenho tem relação com um conjunto de fatores, entre eles o pagamento da primeira parcela do décimo-terceiro salário para aposentados e pensionistas do INSS na segunda quinzena de maio, que ocasionou uma distribuição de R$ 25 bilhões nas contas 31 milhões de beneficiários, e o pagamento das parcelas do auxílio-emergencial, que teve início ainda no ano de 2020.
UM SETOR QUE NÃO PAROU
Desde que teve início a pandemia do coronavírus, a economia mundial sofreu grandes impactos. Muito disso teve relação com as paralisações das atividades de diversos setores, em uma tentativa de conter a proliferação do vírus com medidas de restrição. Com isso, muitos negócios precisaram ficar fechados durante longos períodos ou adotaram o home-office como uma alternativa para a impossibilidade de funcionar presencialmente.
No entanto, apesar de todas essas paralisações, o setor supermercadista foi um dos que não parou, por ser considerado uma atividade essencial. Além de não ter parado, os supermercados passaram a trabalhar de forma ainda mais intensa, com a população ficando dentro de casa a demanda por consumo de alimentos mais saudáveis e em maior volume, teve um crescimento.
Em 2020, por exemplo, o setor acumulou uma alta de 9,36% em relação a 2019, de acordo com dados do Índice Nacional de Vendas da Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS). Ainda de acordo com a instituição, o ano passado também finalizou de maneira positiva. Em dezembro, as vendas apresentaram um aumento de 18% em relação ao mês de novembro e de 11,5% quando comparado ao mês de dezembro do ano anterior.
Os números também se mantiveram positivos no início de 2021. Conforme balanço divulgado pela ABRAS, as vendas nos supermercados tiveram alta de 7,06% no primeiro trimestre do ano, quando comparado ao mesmo período em 2020. Com os números a favor, a estimativa do setor é de crescer 4,5% nas vendas deste ano.
NOVOS HÁBITOS DE CONSUMO
Um grande passo dado pelo setor supermercadista no ano passado, foi a implementação de novos serviços, como o delivery. Como grande parte da população estava em casa, e com receio de se expor ao coronavírus, muitos supermercados passaram a adotar a venda online como uma estratégia de levar mais conforto e praticidade para os consumidores.
Uma pesquisa da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC) mostrou que as compras online, de bebidas e alimentos, tiveram um crescimento de 79% no ano de 2020, e os pedidos por aplicativos atingiram uma alta de 30%. Assim como era de se esperar, os dados mostraram uma mudança de comportamento do consumidor brasileiro.
Sem dúvidas, o setor supermercadista não ficou de fora dessas mudanças. Além do investimento em aplicativos e compras online, que também trouxeram a entrada de novos concorrentes no mercados, os supermercadistas também precisaram adaptar suas lojas físicas para atender às novas necessidades dos clientes e se tornarem mais atrativas. O resultado é um modelo de venda voltado para multicanais.
NOVAS FORMAS DE CONSUMO, NOVAS LOJAS
Em matéria divulgada no portal da Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS) o vice-presidente da associação, Márcio Milan, apontou para o crescimento do número de lojas de supermercados. De acordo com ele, entre abril e maio deste ano foram abertas 24 novas lojas no Brasil e 45 passaram por grandes reformas.
Este avanço do setor supermercadista vem de um planejamento que teve início ainda no ano passado e reflete o amplo desenvolvimento do setor, responsável por movimentar a economia brasileira. Com a abertura de novos postos de trabalho, mais empregos também são gerados. Entre janeiro e maio de 2021, foram 30.883 novas vagas disponibilizadas.
As inaugurações e reinaugurações também apresentam lojas mais modernas e atrativas. Com novos designs, variação de produtos e outros atrativos no interior das lojas físicas, o setor fica cada vez mais preparado para seguir a nova realidade de mercado e seguir atendendo o público, seja de forma física ou virtual.
VARIAÇÕES NOS VALORES DOS ALIMENTOS
Apesar do crescimento individual do setor, os supermercados não estão imunes às dificuldades econômicas gerais. Prova disso são as variações encontradas nos preços de produtos, ocasionadas pela crise e falta de insumos.
Em maio, o Abrasmercado, indicador da Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS) em relação a 35 produtos de largo consumo nos supermercados, teve um aumento de 1,52% em relação ao mês de abril. Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para alimentos, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apresentou aumento de 0,44%. O IPCA geral teve uma alta de 0,83%.
No acumulado do ano, o Abrasmercado apresentou porcentagem de 2,90%, o IPCA alimentos de 2,28% e o IPCA geral de 3,22%.
O crescimento de 1,52%, apresentado pelo Abrasmercado em relação aos valores dos produtos da cesta em maio de 2021, foi responsável por fechar o valor da cesta nacional em R$ 653,42. Em relação a maio de 2020, o crescimento foi de 22,3%.
PRODUTOS COM AUMENTO DE PREÇOS
No acumulado dos últimos 12 meses, tendo como recortes os meses de maio de 2021 e 2020, os nove produtos que apresentaram maior aumento foram o óleo de soja (91%), arroz (56,4%), carne dianteiro (44,1%), carne traseiro (37%), pernil (30,8%), frango congelado (20%), feijão (9,6%), leite longa vida (7,7%) e ovo (6,2%). Os dados foram levantados pelo Abrasmercado, que se baseia em uma cesta formada por 35 produtos mais vendidos em supermercados, ou seja, não é a cesta básica.
Já em relação às altas nos produtos entre abril e maio, a liderança fica com o tomate (7,12%), seguido por biscoito cream cracker (3,58%), carne dianteiro (3,20%), carne traseiro (3,07%) e farinha de trigo (3,02%). Em contrapartida, os produtos que apresentaram queda foram: cebola (-11,47%), arroz (-1,92%), xampu (-1,20%), batata (-0,86%), feijão (-0,83%) e queijo muçarela (-0,83). Os números também são referentes aos meses de abril e maio.
AUMENTO NOS PRODUTOS POR REGIÃO
Por região, entre os meses de abril e maio, o sul foi a que registrou maior aumento percentual, com 2,10%, passando de R$ 694,99 para R$ 709,59. Em segundo lugar vem o nordeste, com um aumento percentual de 2,01%, seguido pelo norte, 1,84%, o sudeste, 0,82%, e o centro-oeste, 0,69%.
No acumulado do ano, o ranking, relacionado ao aumento dos produtos da cesta Abrasmercado, ficou da seguinte forma: norte (26,24%), centro-oeste (21,31%), sul (21,27%), sudeste (20,99%) e nordeste (20,92%).
PERSPECTIVAS PARA OS PRÓXIMOS MESES
Apesar do aumento no valor de inúmeros produtos, os supermercados ainda apresentam um crescimento positivo no número de vendas, tanto relacionado ao ano de 2020 como ao início de 2021. Para os próximos meses, as expectativas ainda se mantêm elevadas. A economia brasileira deve receber algumas injeções de dinheiro que vão contribuir para o bom desempenho das vendas.
Entre elas estão o pagamento da segunda parcela do décimo terceiro para aposentados e pensionistas do INSS, o pagamento do auxílio emergencial para mais de 106 mil trabalhadores, o pagamento do segundo lote da restituição do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) para 4,2 milhões de contribuintes e a prorrogação do auxílio emergencial por mais 3 meses, o benefício, que acabaria em julho, vai ser pago até o mês de outubro.
Além disso, com o avanço da campanha de vacinação, também espera-se uma maior movimento para a economia do país e um grande crescimento para o setor supermercadista.