Varejo no Rio Grande do Norte em 2023 tem desafios e oportunidades
O ano de 2023 tem sido marcado por desafios e adaptações significativas no cenário do varejo do Rio Grande do Norte. Na verdade, após a crise da pandemia do Covid-19, o setor ainda está se adaptando às mudanças e retomando o ritmo de consumo antes do período pandêmico. Essa é a avalliação do presidente da Associação de Supermercados do Rio Grande do Norte (Assurn), Gilvan Mikelyson: o setor tem enfrentado um ambiente econômico dinâmico e em constante mudança.
Varejo como motor da economia
O varejo desempenha um papel fundamental na economia do Rio Grande do Norte e em todo o Brasil. Além de atender às necessidades dos consumidores, é um importante gerador de empregos, especialmente para jovens em busca do primeiro emprego. Gilvan Mikelyson enfatiza que o setor supermercadista é notável por oferecer oportunidades de trabalho com quadros de funcionários permanentes. No atual cenário econômico, o varejo tem desempenhado um papel crucial na criação de empregos e no fortalecimento de empresas regionais e nacionais do segmento no estado.
Os dados da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) indicam que o comércio varejista nacional registrou um aumento de 0,7% em julho, após uma variação de 0,1% em junho. O setor supermercadista, que representa mais de 45% da pesquisa, tem desempenhado um papel importante na contribuição para os resultados positivos do mercado de varejo, mantendo uma estabilidade notável, considerando o atual cenário econômico. De acordo com a última pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o setor de alimentos cresceu 0,3%, o que, somado ao desempenho do mês anterior, resultou em um crescimento de 1,7% no bimestre.
No comparativo entre julho de 2023 e julho de 2022, o comércio varejista registrou um crescimento de 2,4%, com cinco atividades apresentando alta, incluindo o setor de hiper e supermercados, com um crescimento notável de 3%.
Mercados de vizinhança em ascensão
Um dos destaques do cenário varejista é o crescimento dos chamados “mercados de vizinhança,” que são estabelecimentos de até 1.000 metros quadrados e oferecem uma seleção mais limitada de produtos. No entanto, a proximidade com os consumidores para compras de reposição é o seu trunfo. No Nordeste, o faturamento desses pequenos estabelecimentos já acumula um crescimento de 10% em 2023, superando a média nacional de 7,6%, de acordo com a Atualização Semanal do Varejo Moderno Brasileiro divulgada pela NielsenIQ.
Esses mercados de proximidade se destacam por oferecer um mix de produtos cuidadosamente selecionados com base nas necessidades e preferências dos consumidores locais. Além dos produtos de conveniência, muitos deles também oferecem itens como cereais, alimentos matinais, massas, açúcar e outros produtos de reposição para abastecimento doméstico. Alguns estabelecimentos vão além e oferecem serviços, como padarias e restaurantes.
De acordo com Christian Avesque, professor de marketing e comportamento do consumidor da Unichristus e Faculdade CDL, esses mercados atendem à demanda de reposição, complementando a jornada de compra dos consumidores que buscam abastecer suas residências. Enquanto os “atacarejos” atendem a compras maiores que visam o abastecimento mensal, os mercados de vizinhança atendem às necessidades de compras menores e frequentes.
Além disso, devido ao seu tamanho compacto, os mercados de proximidade conseguem se estabelecer em áreas centrais das cidades, ficando próximos das casas e das rotas diárias dos consumidores. Em contrapartida, os atacarejos costumam estar localizados mais afastados, exigindo um deslocamento maior, geralmente justificado apenas para compras maiores.
Em relação ao Nordeste, Avesque destaca a região como uma das que mais crescem em termos de abertura de lojas de minimercados, ressaltando um movimento de expansão dessas lojas em comparação com outras regiões. Esse crescimento está alinhado com a demanda por conveniência, um atributo valorizado pelos consumidores.
Desafios e oportunidades
O varejo do Rio Grande do Norte em 2023 enfrenta desafios significativos, mas também se beneficia de oportunidades. O setor continua a desempenhar um papel fundamental na economia do estado, criando empregos e contribuindo para o crescimento de empresas regionais e nacionais. A crescente popularidade dos mercados de vizinhança destaca a importância de entender e atender às necessidades dos consumidores locais.
A capacidade de adaptação e inovação é fundamental para o sucesso contínuo do varejo regional. Aproximar-se dos consumidores e oferecer produtos e serviços personalizados é uma estratégia vencedora. À medida que o setor continua a evoluir e a enfrentar desafios, a colaboração e a cooperação entre os varejistas locais também desempenham um papel crucial na construção de uma base sólida para o futuro.
Portanto, apesar dos desafios, o varejo no Rio Grande do Norte está demonstrando resiliência e adaptabilidade, o que o posiciona de forma positiva para enfrentar o cenário competitivo em constante mudança e continuar a atender às necessidades dos consumidores locais.