Abilio Diniz define caso Americanas como “muito complexo”
Para executivo, caso não afeta a relação do setor varejista com os bancos, nem causa desconfiança sobre os ativos brasileiros no exterior
O empresário Abilio Diniz acredita que o trio de acionista referência da Americanas – Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles – “não deve saber o que está acontecendo lá dentro”. O executivo ligou ao trio para prestar solidariedade. “Nem eles devem saber o que está acontecendo lá dentro. Não tenho as informações, o caso é muito complexo, não quero cometer leviandade”, disse ao Broadcast, durante evento.
Para o executivo, o caso da Americanas não afeta a relação do setor varejista com os bancos, nem causa desconfiança generalizada sobre os ativos brasileiros no exterior. “Nenhum francês me perguntou sobre isso”.
Diniz afirma estar feliz com sua posição no Carrefour global. Ele vai reunir em sua fazenda o conselho mundial do grupo de varejo, e diz que sua briga com Jean-Charles Naouri (presidente do Grupo Casino, que controla atualmente o Grupo Pão de Açúcar) terminou há muito tempo. “Estamos em um bom momento”.
Sobre as perspectivas do varejo para este ano, Diniz acredita que vai ser um setor que vai crescer, o consumo das famílias terá expansão. “Não há como não crescer com estes estímulos que estão sendo dados. O Lula pretende reajustar o salário mínimo e, se fizer isso, melhora mais ainda a renda das famílias e isso vai para o consumo”, avalia.
Para o executivo, a alta do juro vai adiar compra de produtos como geladeira e televisor. Na alimentação, isso é menos importante, pois a venda a crédito na alimentação é muito menor. Ele avalia que, para aqueles que estão em setores de coisas mais leves, como vestuário, por exemplo, a taxa não influi muito. Para os mais pesados, há um delay (nas vendas).
Diniz revelou ainda que a Península e o Carrefour continuam investimento, mesmo com a taxa de juro alta. “Considero que a taxa de juros é transitória. Não se pode imaginar que vai ficar nesse nível por muito tempo. Quando o Banco Central sentir que a inflação está mais controlada, ele vai começar a baixar. Você não faz investimento olhando hoje e o mês que vem. O Carrefour e a Península fazem investimento de médio e longo prazo”, revela.
Fonte: SA Varejo